VENCER O MAL (ESTÁTICO) X VENCER O MUNDO (DINÂMICO)

VENCER O MAL (ESTÁTICO)  X  VENCER O MUNDO (DINÂMICO) 

(Para iniciados e iniciandos, letras mortas para profanos) 

A ex-istência, como decorrência que é da luz de um fazer (fiat lux), não continha, ab initio, o aspecto dissolvente, qual algo precário, vocacionado a uma auto-destruição, assim como a lesma de que fala o salmista (salmo 58, versículo 9). Aquele anjo de luz, lúcifer, fazendo comércio de seu esplendor e beleza, em plano celestial, sem o seu querer, fugiu-lhe a compreensão, conquanto a sua própria condição angélica, para notar a essência-central-estática de D-, no amor que o fez (lúcifer), mesmo estático, ex-istir, tanto quanto ex-istido o dinâmico mundo, tudo pelo soberano querer divino. Ah, lúcifer, a sua celestial condição carrega a transformação que o amor, por meio de uma precipitação, o deixou à solta no ex-istido mundo daquele fiat lux. Pois é conditio sine qua non de uma perfeição divina que o sempre inex-istido celestial de anjos, arcanjos, querubins e serafins permitisse que entes do céu, não-vivos, já que vidas sequer ex-istentes celestialmente, se rendessem somente a si mesmos, tanto que, em relação a lúcifer, o mistério jamais passível de uma revelação lhe possibilitou aninhar-se ao mal e, conquanto, perante este, de uma tamanha intimidade, sua precipitação ao mundo fez (o mundo) altamente contaminado daquele mesmo mal. Não há de ser em nível mental de uma pobreza de mente humana o juízo de fazer divina qualquer parcela de culpa por autoria daquele mal. O amor divino abarca a liberdade que entes celestes, mediante ela, podiam; como pôde o ente celeste lúcifer ex-istir no ex-istido do mundo. Realmente, é uma presença firme e forte, conquanto limitada pela sua condição semelhante à daquela lesma que, no real de seu lento mover-se, acasala seu próprio desfazer-se. Sim, uma condição escatológica do seu próprio acabar. Assim é o mundo, não propriamente como o da criação de D-, mas por jazer, sob todo ele, o mal. E, então, para vencer este enorme obstáculo, só mesmo com a providência poderosa e amorosa de D-, nem por Ele própria e diretamente, e sim pelo Unigênito Filho que a tanto foi  sacrificado e competiu com lúcifer, agora em plano não mais celestial, no qual já tivera a oportunidade de, como Miguel, vencê-lo, como assim a um terço de anjos, seus seguidores, naquela celeste guerra referida em apocalipse, no capítulo 12. O mundo vencido, então, não quer dizer que ele retorna à pureza primaz considerada bendita. Ele perdura em maldição, porque o vencido verdadeiro é o ente provindo do céu, o anjo, o lúcifer, aqui e agora ex-istido no mundo com outras credenciais nominativas de diabo, demônio, satanás, dianho, diacho, coisa ruim etc.. E pior é confirmar que em mim, no todo de minha carne, dos meus nervos, dos meus músculos, dos meus ossos ele marca presença como um senhor dono de mim, como bem realça paulo, in romanos, no capítulo 7, versículos 14-25. Leiam, leitores e leitoras. Leiam. Leiam. Releiam! E o vencer este mundo (joão, capítulo 16, versículo 33) não abandona, mas deixa sequíssimos tanto os ossos, como a carne, e os nervos, e os músculos, prevalecendo, em seus lugares, o exército de espíritos como uma proeminência destes, como bem se pode aquilatar da passagem bíblica de ezequiel, no capítulo 37, versículos 1 a 10, desde que se nos situando num reino que se não finda jamais. Sempre o querer de D-, com sua sempre prevalecente vontade expressando dimensão de amor ao criar o mundo, deixa estupefatos todos nós, os finitos que os somos, incapazes de não absorver o não-absorvível de como uma luz angélica tenha se envolvido, misteriosamente, com o mal, em profundo e misterioso mistério; e, mesmo assim, ter, da parte de D-, o seu profundo amor em tê-lo precipitado para o mundo criado por fiat lux, tornando, então, com a sua presente e constante intervenção, o mundo todo dissolvente, segundo a imagem daquela lesma do salmista, retro mencionada. Logo, a passagem de uma inocência paradisíaca de eva e de adão para um intelectivo conhecer de ciência do bem e do mal faz-nos a todos os homens e mulheres habitantes do derredor do jardim primevo – o éden – aquele escravo de que nos falou paulo no trecho bíblico já citado. Por isso, então, sem fugas de uma realidade, a humana linguagem deveria, por dever de clareza, sempre assim admitir-se, como uma condição de pó inafastável por vontade sua, coitada; condição de pó que a sua vontade a prende em representações sociais, políticas, econômicas e financeiras, quando não de um herodes, de um pilatos, quando não de um anás, de um caifaz, na paisagem e passagem de um mundo atrativo, contudo tão pleno de ilusões e de alusões dos eus personais neles radicalmente instalados. O Filho Unigênito de D-, estático, com o Santo Espírito, não propriamente como lúcifer, torna-se ex-istido, também, mas distinguido, entre a mulher e sua descendência e o mal e sua descendência (Gênesis, capítulo 3, versículo 15), com a inimizade estabelecida entre ambos, dispondo estes de arma que somente pode ferir até os calcanhares, enquanto Aqueles com arma que pode ferir cabeça; cabeça e calcanhares esses como alegorias de quem sempre pode o menos, frente a Quem sempre pode o mais. Então, vencer o mundo (dinâmico), como está dito em joão, no capítulo 16, versículo 33, é o fugaz de um milênio de espera pelo escatológico de armagedon, produto da paulada da arma que fere cabeça do mal, enquanto vencer o mal (estático) é sem ser o eterno (de sempre) e o infinito (sem limites) de D-, aperfeiçoado em D-Eus, pelo Eu residente no galileu famoso e, quiçá, por vontade única e exclusiva de Deus, em cada um dos Eus residentes em homens e em mulheres habitantes do derredor do jardim primevo, transpostos ao novel jardim de Getsêmani, no final dos tempos, com a lesma já então plenamente consumida e consumada e, muito mais do que isto, o mal sem origem misteriosa de próprio céu.

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