VALHA O EU EM PAULO, RIA-SE DA PESSOALIDADE DO TEXTO

VALHA O EU EM PAULO, RIA-SE DA PESSOALIDADE DO TEXTO

(Para iniciados e iniciandos, letras mortas para profanos)

Epístola aos Colossenses, Capítulo 2, versículo 8. Que ninguém vos faça prisioneiros de teorias e conversas sem fundamento, conforme tradições humanas, segundo os elementos do cosmo, e não segundo Cristo. 9. Pois nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. 10. E nele participais da plenitude, nele que é a cabeça de todo principado e potestade. 11. Nele também fostes circuncidados, não por mãos humanas, mas na circuncisão de Cristo, pelo despojamento do corpo carnal. 12. No batismo, fostes sepultados com ele, com ele também fostes ressuscitados, pela fé na força de Deus que o ressuscitou dentre os mortos. 13. E a vós que estáveis mortos por causa de vossas faltas e da incircuncisão de vossa carne, Deus vos deu a vida com ele, quando ele nos perdoou todas as nossas faltas. 14. Deus anulou o documento que, por suas prescrições, nos era contrário e o eliminou, cravando-o na cruz; 15. despojou os principados e as potestades e os deu publicamente em espetáculo, arrastando-os no seu cortejo triunfal. 

Que ninguém, Eu divino residido em cada homem, Eu divino residido em cada mulher, faça vocês (permitam-me, leitores, essa intimidade) prisioneiros de teorias e conversas sem fundamento, conforme tradições humanas, segundo os elementos do cosmo, e não segundo Cristo. Pois nele Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade. E nele Cristo, Eu divino residido em cada homem, Eu divino residido em cada mulher, vocês participam da plenitude, nele Cristo que é a cabeça de todo principado e potestade. Nele Cristo, Eu divino residido em cada homem, Eu divino residido em cada mulher, também foram vocês circuncidados, não por mãos humanas, mas na circuncisão de Cristo, pelo despojamento do corpo carnal. No batismo, Eu divino residido em cada homem, Eu divino residido em cada mulher, foram vocês sepultados com ele Cristo, com ele também foram vocês ressuscitados, pela fé na força de Deus que ressuscitou Cristo, morto das ilusões do mundo. E a vocês, Eu divino residido em cada homem, Eu divino residido em cada mulher, vocês que estavam mortos por causa de faltas e da incircuncisão da carne, onde residem vocês, Deus lhes deu, Eu divino residido em cada homem, Eu divino residido em cada mulher, Deus lhes deu – vínhamos dizendo – a vida com ele Cristo, quando ele Cristo lhes perdoou todas as faltas, Eu divino residido em cada homem, Eu divino residido em cada mulher. Deus anulou o documento que, por prescrições que continha, era-lhes contrário, Eu divino residido em cada homem, Eu divino residido em cada mulher e o eliminou, cravando o tal documento na cruz do serviço durante vida de vivo vencedor do mundo, porque morrido das ilusões desse mesmo mundo; despojou os principados e as potestades e os deu, Eu divino residido em cada homem, Eu divino residido em cada mulher, publicamente em espetáculo, arrastando-os em cortejo triunfal”. Então, neste exato ponto, a partir do aqui e do agora, sai-se do texto bíblico, inteiramente, e se garante o cronista, indagando: Saulo, Saulo, Saulo, por que me persegues?!… não, não e não, mas se garante o cronista, assim: Paulo, Paulo, Paulo, por que você é assim tão perseguido? Sim, na linguagem eleita (a que foi deixada na Bíblia), aparece ele Paulo pobre, pobre, pobre de espírito. Pois, se pessoaliza, por demais, o seu texto, aqui e ali, e não quero pôr na sua conta, Apóstolo, essa troncha direção e esse troncho e presunçoso direcionamento de uma linguagem de performance flagrantemente humana, a despeito de sua incisiva condenação, nesse sentido, ressaltada enfaticamente logo bem no intróito da passagem epistolar ora em comento, precisamente no versículo 8. Culpe-se, quanto a isso, pois, quem o escreveu e não se culpe a Paulo, que não seria jamais, em face de santidade indicada e confirmada, um acolhedor de insinuações ou afirmações severas de validade de homens, estes que são inevitáveis veículos de principados e potestades, como dominantes e dominados,  deste e neste mundo de ilusões na própria pessoa e vontade deles, coitados, como coitadas são a minha e a tua pessoa também, leitor, leitora e respectivas e fracas vontades nossas. Se nem nunca e jamais pôde, pode, poderá ser feita a minha e a tua vontade, leitor, leitora, em espiritualidade, mas sim a divina vontade, sim, os arquitetos dessa linguística montada, faz o cronista como diante da dureza de uma pedra e, por isso, ele aqui se lança em repetições e repetições e repetições de vocativos, despertando o que se pensou poder bloquear jamais passível de bloqueio pela pobre humana vontade: o Eu divino. Então, essa sequência de vocativos serve para retirar da letargia tantos incautos, que, por certo, mesmo providos de cautela, esta também de nada vale, se se faz imperar em linguagem de conhecimento intelectivo, de conhecimento, pois, do bem e do mal, que é a linguagem insinuante de serpente, em seu serpentear traiçoeiro. Só Deus, e nem este cronista, e nem o cronista que falou pelo Apóstolo, e nem o próprio Apóstolo, só Deus – começávamos dizendo – dialoga ditos indizíveis com o Eu residido em cada homem, com o Eu residido em cada mulher e disto nos dispensemos nós, de carne, de insinuações tolas de homens e de mulheres como realizados em espírito, de espírito, por espírito, em suas carnes. Só Deus, na linguagem própria, inconfundível, de ditos indizíveis, em nível inconsciente e misericordioso, com o Filho, Unigênito Filho combatendo o Mal, com arma que fere cabeça e prende, pode fazer valer vontade, enquanto o Mal, como uma lesma que se dissolve ao andar e que só dispõe de arma que atinge até os calcanhares, consome-se, consome-se, consome-se, tal como é a carne de quem escreveu e direcionou e tentou pessoalizar o impessoal: o Eu divino.

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