SABEDORIA E VERDADE
Provérbios 25:11 Como maçã de ouro em salva de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.
Concordo com a sentença do sábio Salomão. Mas, é preciso que a maçã de ouro seja verdadeira, nunca sendo ela de um ouro de tolo. Pessoas há que, a pretexto de se exibirem sábias, não se dão conta de que a maçã e o ouro de suas pretensões são meras artimanhas do inimigo de Deus; e, nelas, caem todas vergonhosamente. Então, se a maçã é enganosa e enganoso o ouro, a palavra porventura dita opera nada mais que como maçãs que não são maçãs e ouro que nunca o foi. É que são palavras ditas irrefletidamente. E, nessa linha da irreflexão, tendem a atrair os incautos, que são tantos. Daí, a proliferação de tantas maçãs e de tanto ouro em que o mundo se deixa funcionar como atrativo, como armadilha em que tantos se deixam prender como presas de suas próprias cobiças.
Assim, é preciso, mesmo, que o homem e a mulher, revestidos da força do espírito, transmentalizem-se em verdadeiros artífices do ouro e da prata, porém em espírito. Sim, como simples artesão que trabalha o ouro e a prata, sabem eles ou, mais do que sabem, intuem eles o real momento em que o metal, em espírito, neles, produz a luminosidade isenta de impurezas, refletindo, nele, as (suas) próprias imagens, aquelas que só os olhos de espírito a podem ver. Aqui, então, reside a garantia de intuição operante e operosa, que muda e transforma o mundo. Sabem o homem e a mulher de sua transitoriedade, porque o ouro e a prata, trabalhados, não são nem ouro nem prata de verdade, mas a força do espírito que os eleva, na dimensão homem-espírito e também na dimensão mulher-espírito. Em suma, é a parte do Eu de cada um que, somada, implica a irrealidade bendita que é Deus e que, mesmo com ouro ou prata ou mesmo sem eles e sem até mesmo o trabalho profícuo do artífice, se impõe como essa irrealidade eterna e infinita, que independe do parecer, seja qual for ele, de qualquer homem, de qualquer mulher, nascido ou nascida desta.
Torço, sinceramente, e sin cera, sem cera é a (minha) irrealidade bendita em força de espírito, nada hercúlea, simplesmente movida de fé e pela fé, como certeza inabalável acerca daquilo que se não vê. E eu dizia que torço, sin cera, para que a (minha) maçã e a (minha) prata e a (minha) palavra se traduzam em irrealidades que, por serem assim, jamais comportariam um possessivo pronome “minha”, livre e solto dos parênteses de proteção contra os egoísmos deste mundo, mesmo assim, para melhor compreensão, aqui ainda aparecendo entre aspas. Tudo bem certo porque produzido longe do que seja matéria material, na qual se costumem, os não despertos em espírito, em colocarem cera nas fissuras das matérias de suas artes que julgam do céu e portanto divinas. Mas, como dizia, minha esperança, minha torcida é que não haja matéria, mas despertar espiritual na carne. Nesta, até que por haver fissuras, onde o engodo da cera lhe tapa os buracos e as fissuras, de onde e a partir de onde se constroem as maçãs apodrecidas dos ouros de tolos; e a prata que não é prata; e a palavra que jamais vai emitir poder poderoso, porque não são ditas em momento certo, porque certa, de início, deveriam ser elas próprias; daí que próprio jamais poderá ser o sentido destas; em tudo, enfim, tudo engano, tudo engodo.
Eu tenho(?), melhor seria dizer Eu tem ou melhor ainda seria dizer o Eu tem maçãs e ouro e prata de verdade que (minhas) não são e jamais poderão ser, porque das suas benditas irrealidades cuida esse Eu do início da frase, o qual não se confunde com essa minha realidade de carne, de cujas pontas de seus dedos lança estas verdades num tablet como este iPad! Eu, pois, jamais se engana por mais ágeis sejam esses dedos sob o comando de um cérebro de carne (meu).
Cuide disso também a tua carne, leitor, e o Eu que não é poderoso em ti também participa da festa no Céu que muito mais alegre fica, pela verdade que se lhe tornou sabida, sem mistura com sabedoria de homens.
Sejam as maçãs, as pratas e as palavras algo que tua fé, leitor, não possas ver nem tocar, contudo se assegurem como palavras ditas ao seu tempo, que é o tempo de Deus!