O EU DE D- = D-EUS NUNCA PURA E HUMANAMENTE SABE

O EU DE D- = D-EUS NUNCA PURA E HUMANAMENTE SABE

(Para iniciados e iniciandos, letras mortas para profanos)

Dizer, sobre Deus, que Eu sei Dele, no lugar de dizer que acredito Nele, diz realmente muito mais do que a crença, pois acreditar envolve, no final de contas, uma dúvida. Ainda assim, o Eu sei é pobre de uma pobreza de dimensão humana, finita, portanto, porque é a carne quem emite aquela certeza do saber. Deus não se liga em saber, de ciência, pois esta é mundo deste mundo de existência. E Deus inexiste. Mesmo que saiba ou não saiba o homem, D-, enquanto Eu, não é, inconscientemente para mim, em meu pobre mim de carne, de nervos, de músculos, de ossos e inconscientemente para ti, em teu pobre ti também de carne, de nervos, de músculos, de ossos, leitor, leitora. Não importa, ou seja, não se pode pôr de porta para dentro, quem seja esse mim e quem seja esse ti, seja ele de quem for, neste mundo de ex-istência: santo, virtuoso, puro, beato, salteador, homicida, adúltero, mentiroso etc., o Eu, neles, subjaz, infinito, eterno. Esse Eu, precisamente, tem a ver com D-, como se partículas formadoras do Eus, enfim, unidas a D-, na forma sem fôrma final, central-estática-essencial de… D-Eus! E na irrealidade celestial de D-, com anjos, arcanjos, querubins e serafins, o mistério misterioso do Mal atinge o anjo Lúcifer, como o pretensioso fazedor de comércio do esplendor de sua própria beleza, sob a pretensão de se igualar a D-Eus. Esse ente do céu, assim procedendo, fez resultar a guerra, no mesmo céu, saindo dela perdedor. Como D- se assume em amor, só amor, sempre amor, cobrar despojos do tal perdedor seria o mesmo que negá-LO propriamente, ou seja, negar-Se D-Eus a Si mesmo. Por isso D-, por palavras de fazer luz (fiat lux), criou o mundo e ao mesmo mundo fez precipitar aquele anjo, que aqui na terra se assumiu como serpente falante, conhecida como diabo, demônio, satanás. Trata-se, pois, de ente celeste precipitado na terra deste imenso mundo, com uma presença inescondível e inevitável para a carne e para os nervos e os para músculos e para os ossos (Jó, 1, 7, Romanos, 7, 14-25, 1ª Pedro, 5, 8 e 1ª João, 5, 19, parte final). Destes, ele Mal se diz senhor, acusando a D- de não os ter como seus, mas como sendo dele, exclusivamente dele. E esta é a verdade para a carne e para os nervos e para os músculos e para os ossos, nunca, porém, para o Eu de D-, mesmo que este prossiga, em face de desobediência contra D- e após sua expulsão do jardim de delícias, o Éden, mesmo que este prossiga – vínhamos considerando – habitante do imenso derredor daquele jardim, que é o mesmo mundo onde subjaz o Maligno impregnado naquele anjo, submetendo o Eu residente em carne e em nervos e em músculos e em ossos às más influências dele. De igual modo como no céu houve guerra entre entes celestes, na terra, uma outra, também entre entes celestes, já se operou entre o filho unigênito de D- e o Mal, aquele vencendo a este e o mantendo preso por um milênio. E o Eu escolhido para tanto foi o residente num jovem Galileu. Por ele, e nele, e para ele, o filho unigênito prova que D- venceu o mundo na sua estreiteza de carne, de músculos, de nervos, de ossos, em Jesus de Nazaré. Então, tal como aquele Eu em um jovem carpinteiro nunca soube, o Eu em meu pobre mim e o Eu em teu pobre ti, leitor, leitora, não sabem, senão no acanhado limite do saber deste mundo de carne, de nervos, de músculos, de ossos. Daí ser correto proclamar que o Eu de D- = D-Eus nunca pura e humanamente sabe.

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