NUM REINO QUE SE NÃO FINDA JAMAIS
(Para iniciados e iniciandos, letras mortas para profanos)
Este mundo, mundo de ilusões, passa, e permanece em eternidade e em infinidade o centro-estático-essencial, Deus, que ri, divino riso ri do que ele se propôs por amor a, mediante palavra, criar, simples e poderosa palavra criar, sem, com isso, ao menos pretender desapontar aquele poderoso e infeliz anjo perdedor de uma guerra, no céu, que a ele Deus se pretendeu igualar, coitado, justamente esse coitado Maligno (maiúsculo) que está no mundo, que é mundo, intrínseco a ele mundo, que está no meu mim de carne, de músculos, de nervos, de ossos, não por desapontamentos deliberados, insiste-se em afirmar, pois a estes não se entrega nem se entregaria jamais Deus, por que os admitiria assim? Então, o riso não é nem poderia ser de deboche, nem mesmo é riso como o riso humano que precisa de nervos e de músculos para se ativar e se mostrar belo e atraente, ou sarcástico, distante estando, sem a distâncias submeter-se, eis que, eterno e infinito, ri em constância, embora, em prolongado disfarce, venha o Maligno (maiúsculo) enganando nosso pobre riso e amarelo sorriso, só não enganando a risos como o de Sara ( Gênesis, Capítulo 18, versículo 12) e o de Abraão (Gênesis, Capítulo 17, versículo 17) e o riso de Maria, também (Lucas, Capítulo 1, versículo 38), esta com o “faça-se em mim segundo a palavra”. A estes, os pôs em linha de eternidade e de infinidade, de tal sorte que se não escravizam e não sabem nem vivem o que é hoje, nem o que foi ontem e nem o que será amanhã. Coitado do Maligno (maiúsculo) – proclamo mais uma vez – hoje já preso pelo rabo por Cristo manifesto num nazareno (desculpem a chula expressão), mas nós, os habitantes do derredor do jardim onde aquele Maligno (maiúsculo) “deitou e rolou”, e fez o mundo enganado quanto a ser ele mundo do tal Maligno (maiúsculo) e não de Deus e nós perdemos o paraíso, acreditando que o comer do fruto da árvore do bem e do mal não nos levaria à morte, que tolos foram, que tolos somos! E o mundo se extinguiu para o maligno (agora já minúsculo), enquanto o venceu o Cristo plenamente assumido no jovem de Nazaré. Mas e nós? Os em eternidade e em infinidade, melhor explicando o constante no versículo 11 e seguintes do Capítulo 37 de Ezequiel, por amarem como Cristo ama, por exclusiva vontade divina, traspassam, já, a promessa (Ezequiel, mesmo Capítulo, versículos 1 a 10), que assim como prometido não mais é, pois o que ontem foi, o que hoje é e amanhã será como ossos e carnes e nervos e músculos, ser não mais os são, nunca os foram, nem nunca serão. Ossos sequíssimos dos quais provém barulho que ouvido de carne não ouve, barulho esse da junção natural de um a outro daqueles ossos nunca secos, em verdade, mantidos na cobertura por carne, nervos e músculos, enfim por pele e logo um exército se forma. Passageiro que deixou de sê-lo, retoma a essência e permanece central, estático, essencial, como Deus, infinito, eterno, enquanto o maligno (agora já minúsculo) vai derretendo até finar-se em cenário escatológico. Isto zomba do maligno (agora já minúsculo), porém com todo o respeito que o seu poder de preso ainda pode exibir e prova que o mundo não é propriedade exclusiva dele, pois Deus o criou (criou o mundo) e o vence, pelo Filho, com arma que fere cabeça do mal, enquanto este estrebucha e o tanto que pode fazer é apenas ferir calcanhares. A vontade não minha, mas a vontade de Deus entregou ao Filho a luta que ele trava contra o maligno (agora já minúsculo), este podendo ferir ponto não mortal apenas, mas o Cristo fere a cabeça, como já dito e não custa repetir e, mesmo assim, apenas o pode prender, como efetivamente preso ante o não-ser poderoso do Cristo, que só ele Cristo permite, por sua vontade, que, nesse não-ser poderoso, cada um de nós habitantes do derredor do jardim possamos também prendê-lo e assim o manter, até que consumados os séculos, tudo isso porque, nessa permissão e vontade, ele se compraz em um amor nosso bem na conformidade daquele que ele próprio viveu, num Reino que se não finda jamais.