HISTÓRICOS DE DIVINA SALVAÇÃO E DE UMA HUMANA SUPLICAÇÃO

HISTÓRICOS  DE  DIVINA  SALVAÇÃO

E DE UMA HUMANA SUPLICAÇÃO 

(Para iniciados e iniciandos, letras mortas para profanos)

…sou parte destes históricos, pois eu os escrevi e deles não me posso furtar por um querer meu; querer que, enfim, os reconstruiu e ganharam “realidade” e realidade, conforme se pode ver a seguir: “Salvação de quê? Salvação contra o mal. Contra quê e contra quem? Contra a desobediência e o que dela decorre: a “morte”. Mas, quem desobedece e quem “morre”? Quem desobedece e quem “morre” é o Eu. “Morrer”, contudo, não no sentido biológico, eis que o Eu nada disto tem, ou seja, de biológico. D-, infinito (sem fim), eterno (de sempre), puríssimo e essencial amor, em espírito, de espírito, por espírito, com anjos, arcanjos, querubins e serafins, mesmo assim semente de mal, misteriosamente, abrigou-se em lúcifer, anjo tão da intimidade de D-, anjo que fez comércio de seu esplendor e beleza (ezequiel, capítulo 28, versículos 17-18), disto resultando um celestial estado de guerra; guerra na qual ele lúcifer lutou contra o arcanjo Miguel, que é o mesmo que o Unigênito Filho de D-, Cristo, saindo este Unigênito Filho vencedor na referida guerra. E a lúcifer e a um terço de seus seguidores, que se lhes fez? Que se lhes fez? D-, manifestado, em epifania, por poder de palavra, a partir de uma luz de um fazer (fiat lux), resultou o todo do mundo, do universo, em uni, de D- + verso, de diversidade de mundo (uni-verso) e, para este mundo, por amor, fez D- precipitar aquele anjo perdedor da guerra, ele e mais um terço de todos os seus seguidores (apocalipse, capítulo 12, versículo 9, jó, capítulo 1, versículo 7, 1ª pedro, capítulo 5, versículo 8 e 1ª joão, capítulo 5, versículo 19, parte final), mas, no mesmo mundo, reservou D- uma parte especial, um jardim, chamado éden, para o Eu, Ele que é intrinsecamente D-, o qual, em somatório de Eus que, em essência é sempre uno, resulta em D-Eus. Então, o Eu se quedou refém de influências de carne do mundo criado, mundo onde ficaram e permanecem a rodeá-lo lúcifer, agora diabo, demônio, satanás, e também aquele citado terço de seus seguidores, todos eles que são mestres em disfarces, vindo a carne, tanto no jardim primevo – o éden -, como no derredor desse jardim – que é o todo do mundo -, a sofrer daquelas influências, assim atingindo a D-, pela desobediência, aquela desobediência que fez a carne perder a inocência paradisíaca e, com eu personal e com infindáveis tentativas de até este momento, pensar em se assenhorear do conhecimento, com isto tornando-se o eu iníquo, tal qual lúcifer que, como já dito, passou a ser diabo, demônio, satanás. Contudo, D-, pelo Unigênito Filho já vencedor daquela retro mencionada guerra, muniu o Eu residido no galileu de arma que fere cabeça, o qual feriu de “morte” como numa paulada na cabeça de quem, agora diabo, demônio, satanás, somente dispõe de arma que não fere além de calcanhares, coitado!, cabeça e calcanhares (gênesis, capítulo 3, versículo 15), alegorias essas, pois, de Quem pode o mais e de quem menos pode e assim se queimam e se consomem o mundo todo e todo o mundo, incluídos, nesse mundo, os nele precipitados; se queimam e se consomem eles  – vínhamos dizendo – qual a lesma (salmo 58, versículo 9), sem interjetivos sentimentos e sensações de humana linguagem. Ora veja-se quão pernicioso é o diabo, o demônio, o satanás, com o perigo dos seus disfarces, o primeiro deles o do éden, onde se exibiu qual falante-serpente, fazendo os primeiros pais, de um estado de inocência paradisíaca, assumirem-se em periculosos eus personais, desobedecendo, atraídos pelo disfarce da serpente de um conhecimento intelectivo, pois pesaram mal entre os dois advérbios de modo: “se desobedecerem, certamentemorrerás”, de D- (gênesis, capítulo 2, versículo 17); se desobedecerem, certamente não “morrerás”, do diabo, do demônio, do satanás (gênesis, capítulo 4, versículo 4). E “morreram” os Eus em eva e em adão, vítimas das influências de carne. E “mortos” também permanecem todos quantos, fora daquele jardim, em seu derredor, que é o mundo todo. Apenas a vontade exclusiva de D-, perante o Eu na carne de um carpinteiro, por meio do Unigênito Filho, com ápice em outro jardim, o Getsêmani, permitiu que Aquele Eu ferisse, como efetivamente feriu, a cabeça do mal, mantendo-o preso até a consumação dos tempos. Este feriu – insiste-se em dizê-lo mais uma vez – não é de um-morrer-de-matar-fisicamente, como em morte biológica, mas “morrer” como vitimado de influências carnais. Assim, como já dito alhures, porém não tão bem explicado, a alegoria do ferir cabeça provoca “morte”, palavra assim aspeada, porque infensa à menor confusão que possa ter com a morte de quem se exaure das forças vitais de uma ex-istência, precisamente a biológica morte. É necessário, pois, dizer e proclamar que ressurreição advém ao Eu alvo daquela “morte”, a qual (ressurreição) jamais pode estar na vontade de homem, nem mesmo na do tão famoso galileu carpinteiro. Aliás, são palavras suas, de homem: “Seja feita a vontade de D-, sempre, não e nunca a vontade do Eu no meu pobre mim de carne”. Então – e aqui não me escondo -, revelo-me no prazer de ser real, de carne, isto que homem nenhum, ninguém mesmo nascido de mulher pode se isentar como e com pobre vontade humana, nem mesmo quando essa vontade se desmancha em súplicas de kirie eleison, porque esta carne e estes músculos e estes nervos e estes ossos, conjunto que suporta um cérebro que pensa, não foge, antes há de se conformar aos dizeres corajosos de paulo, assim postos in romanos, capítulo 7, versículos 14-25: “Sabemos que a Lei é espiritual; eu, porém, sou carnal, vendido ao pecado como escravo. De fato, não entendo o que faço, pois não faço o que quero, mas o que detesto. Ora, se faço o que não quero, estou concordando que a Lei é boa. No caso, já não sou eu que estou agindo, mas sim o pecado que habita em mim. De fato, estou ciente de que o bem não habita em mim, isto é, na minha carne. Pois querer o bem está ao meu alcance, não, porém, realizá-lo. Não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero. Ora, se faço aquilo que não quero, então já não sou eu que estou agindo, mas o pecado que habita em mim. Portanto, descubro em mim esta lei: quando quero fazer o bem, é o mal que se me apresenta. Como homem interior, ponho toda a minha satisfação na Lei de Deus; mas sinto em meus membros outra lei, que luta contra a lei de minha mente e me aprisiona na lei do pecado, que está nos meus membros. Infeliz que eu sou! Quem me libertará deste corpo de morte? Graças sejam dadas a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. Em suma: pela minha mente sirvo à Lei de Deus, mas pela carne sirvo à lei do pecado“. E agora, veja-se como os disfarces do diabo, do demônio, do satanás são tão avassaladores, identificados, assim, com os primeiros pais, no paraíso, como assim de forma bem mais intensa com todos os que mourejam no derredor do éden, que é o mundo; o eu personal fazendo homens e mulheres se arvorarem como donos de uma vontade, pela qual têm passado, no curso dos tempos, em representações quando não de herodes, de pilatos; quando não de anás, de caifaz, tomados estes tão conhecidos personagens não apenas no tempo histórico de suas ex-istências. Tudo porque o eu personal, seja como dominante, seja como dominado, faz circular o mando de uma situação gorda de ânsias de um ego tão cioso de um ser de homem, seja em tempo de paz, na órbita civil, com a insubstituível prática de, a contragosto, se cobrar tanto imposto, o que logo derivam para uma necessidade social; ou então, em tempo de guerra, com o uso de armas que matam. Na órbita dita religiosa, esta, bem mais forte em pessoalidades, conta com galeria expressiva de tantos nomes, cada um deles com sua história que sempre se finda num túmulo, à exceção do único que se não arvorou em vontade sua, o galileu carpinteiro. Pois a vontade de D-, a que se curvaram não a sua carne, não os seus músculos, não os seus nervos, não os seus ossos, mas o Eu complacente, Nele, D- quis, em divina providência, livrá-Lo (livrar o Eu residente no galileu) das maléficas influências carnais. É exatamente quando o nada aproveita a carne e não a carne para nada aproveita, fórmula aquela preferível à escrita pelo evangelista joão (capítulo 6, versículo 63), como um resultado de acidentalidade que se relativiza diante do essencial Eu enfim salvo. E esse Eu salvo, Ele que foi antes que abraão tenha sido (joão, capítulo 8, versículo 58), Ele que venceu o mundo (joão, capítulo 16, versículo 33), porque, como numa paulada na cabeça do mal, prendeu-o até a consumação dos tempos. Eu do sou o que sou (êxodo, capítulo 3, versículo 14); Eu e o D-, que são um (joão, capítulo 10, versículo 30); Eu, que é caminho, verdade e vida (joão, capítulo 14, versículo 6); Eu, que é porta (joão, capítulo 10, versículo 9); Eu, que é pastor (joão, capítulo 10, versículo 11); Eu, que é videira (joão, capítulo 15, versículo 1); tudo por intermédio supremo e único e insubstituível de D- e pelo Unigênito Filho Deste, necessariamente. Ah, e nesse compasso, com o mal preso, o Eu residente no famoso galileu ganha o divino aconchego perdido lá no paraíso, de modo tal que, de Eu, se completa, por integrativo querer divino, em D-Eus! Esta junção sem absorção mas puríssima integração se processa por um querer de D-, por meio do Unigênito Filho (já se o disse, mas não custa isto repetir e repisar), o Qual, em socorro ao Eu, no carpinteiro, deixa-O plenamente à vontade para mais assistir o e para menos assistir ao enfrentamento que Aquele Filho, com arma capaz de atingir cabeça do mal, faz com que este se quede preso até que se consumam os tempos, de nada lhe valendo, pois, a arma com a qual somente pode ferir até os calcanhares. Foi assim que D- deu o seu Unigênito Filho (joão, capítulo 3, versículo 16), para que a vontade de D- animasse a Eus, como animado foi o Eu na carne do galileu. Lamentavelmente, esse deu da parte de D- tem sido desviado para a carne, em eus personais, grávidos de ânsias de egos jamais capazes por si mesmos de uma salvação, porque envolto num enredo de sofrimento de cruz, protagonizado por homens de carne. Exatamente, o que se tem registrado no que tanto reflete apego de umas tais escrituras é um festival de eus personais, de herodes ou de pilatos, de anás ou de caifaz; os homens presos à institucionalidade daqueles personais eus, merecidamente aqui grafados assim com letra inicial minúscula de suas ilusórias e ineficientes incapacidades em se auto-salvarem. Hão de se contentar, pois, com os limites limitados de olhos de carne, que confortam, não há como negar, no plano de um mundo atrativo, contudo enganoso, porque movido de humanas vontades. E o que se vê, neste plano dos homens e das mulheres é o vaivém em formas, sistemas e regimes de governos em órbita civil e também militar, em usos e costumes sociais, políticos, econômicos, financeiros, de herodes e de pilatos, enquanto, em plano que dizem de religare, um quase sem-número de organizações promovendo o bem, em nome de d- (minúsculo) assim, porque com eus personais de vontades suas, pressurosas, à semelhança das trovejantes pretensões pessoais de dois destacados integrantes do grupo do nazareno tão famoso, cuja mãe e eles próprios não esconderam a gordura de um inflamado ego, levando-os à pretensão de lugar especial, no céu (marcos, capítulo 10, versículos 35-45), enquanto o Eu, no galileu, em variadas circunstâncias tidas por milagres cometidos, pedia que nada alardeassem sobre isto. Fica-se com tais exemplos, sem necessidade de dizer que há outros tantos, milhares até, em vida santa, de separados, exemplos de uma vida dedicada a necessitados, vivendo essa verdade como um basta para as suas salvações, advindas de tantas súplicas (kirie eleison), úteis para o conforto que vivem e nele se deliciam, acaso movidos de vontades de homem, quais anás ou caifaz, dominantes de dominados tão ordeiros quanto cordeiros. Eis, destarte, os históricos de divina salvação e de uma humana suplicação.” …sou parte desses históricos…

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