GRANDEZA ILUSÓRIA DE CARNE, D- INEX-ISTENTE, COM EUS, IDEM

GRANDEZA ILUSÓRIA DE CARNE,

          D- INEX-ISTENTE, COM EUS, IDEM

           (Para iniciados e iniciandos, letras mortas para profanos)

Quem é maior? Este pobre de carne que ora aqui tecla? Pois se ele disser que maior é Deus…, só se grafá-Lo assim: deus. Sim, um deus de faz-de-conta (com letra inicial minúscula) que é o que pode ex-istir, porque Deus (com letra inicial maiúscula) não é, ou seja, não ex-iste. Se não ex-iste, descabido se falar em grandeza. Então, maior presunçoso é mesmo este fraco de carne, doriel. Coitado, ele engana aos outros. E engana a si mesmo. Está em imanência e, nela, é parte desse tudo e desse todo que decorre de fiat lux, ponto inicial da epifania de D-, inex-istente, epifania essa que é uma manifestação do que é provisório, o mundo, com um início e um fim, aquele como ato de criar, este, como o cenário do acabado, do consumado, do escatológico. D- inex-iste e razão e amor, essências em celestial concerto de anjos, arcanjos, querubins, serafins, semente de Mal sediou, misteriosamente, sentimento de Lúcifer, anjo tão íntimo de D-, e ele Lúcifer, mirando-se em sua própria beleza, dela fazendo comércio e se pretendendo como D-, resultou guerra, no céu. Embora perdedor, no embate não diretamente de D- com ele Lúcifer, mas no embate de Lúcifer com o arcanjo Miguel, Miguel equivalendo dizer o Unigênito Filho de D-, este – insiste-se em proclamar – essência de razão e de amor que sempre contrasta com medidas e com punições; por isso, Lúcifer, o que se lhe fez, então? O que se lhe fez? O que se lhe fez? Ora, foi precipitado para a terra decorrente do fiat lux. No fiat lux, a imanência sempre pura e isolada de D-; Este, o Filho e o Espírito Santo, concluíram aquele fiat lux, criando homem e mulher; aquele do barro da terra, esta de uma costela daquele, costela que também é terra. E lhes soprou sopro de vida, de viventes almas. Ao criarem o homem e a mulher, o traço de sempre de D- neles repousou, mas no fiat lux, não. Daí que, mesmo precárias aquelas criaturas, porque feitas de barro, um jardim especial, de delícias, lhes foi reservado. E, desse modo, D- passou a D-Eus, porque, com o Eu, residente, no homem e na mulher. É isto, pois, o D- conosco: D-Eus, em inocência que prescinde de conhecimento. Porém, mesmo sendo protegidos o homem e a mulher, precária, como já dito, era e continua sendo a matéria de formação: o barro e a costela, esta também do mesmo barro, como também já dito. E é grave, muito grave, gravíssimo, que os protegidos pela delícia paradisíaca de um jardim, com o livre arbítrio da essência e da razão de D-, apesar de advertidos por D-, tenham-se perdido entre duas balizas adverbiais de modo: certamente; um, de D-: “se desobedeceres, certamente morrerás”, outro, de satanás, o mesmo Lúcifer: “se desobedeceres, certamente não morrerás”. A influência poderosa do barro com alma vivente, de uma evidente fraqueza, se aproveitou do gesto de amor que fez precipitar Lúcifer e um terço de seus anjos na terra, e aquele, agora satanás ou demônio, com o disfarce de serpente falante, se aninhou em Eva e em Adão. Desobedeceram, e morreram; não a terra, mas esta como ocasião da queda de ambos, que sempre em matemática celestial se somam em um só: Eu. E, hoje, tantos Eus (sempre, na mesma matemática, essencialmente um só, sem ser, mas na diversidade de carnes resididos), pelejando ao derredor daquele jardim, que é o mundo. O Filho Unigênito, com arma poderosa que fere cabeça, por vontade sua, divina, fez o Eu, no nazareno, livre de influências de carne; já o lado fraco para onde precipitado o perdedor daquela guerra, no céu, este que goza da presença constante do Mal (Lúcifer, agora satanás ou demônio), com pobreza de arma, não pode atingir, com esta, além de calcanhares. Que coice útil o seu (para o mundo)! Mas, com aquele nazareno, tentou, tentou, tentou. Três vezes tentou. E queda de Eu na carne daquele nazareno não alcançou; pelo contrário, viu-se preso, pelo rabo (desculpem a chula expressão), pelo Unigênito Filho, que não precisou, para isso, de cusparadas, de chibatadas, de crucifixão (mundo de ciladas e de incertezas). Disto precisaram os homens, com representações sociais, políticas, econômicas, financeiras etc., ora quais herodes e pilatos, na órbita civil, ora quais anás e caifaz, na órbita que se creditam religiosa. Todos esses, precisamente, sendo os que se olvidam, integralmente, da vontade de D- para com os Eus e montam-se em vontades suas, de eus personais, que lástima! Pois é preciso que D- desvista os homens e as mulheres de roupas, quer de herodes, quer de pilatos, quer de anás, quer de caifaz e, assim, se sufoquem vontades, verdadeiros rios com águas turvas desses tais eus personais, grávidos de ego, uns dominantes, outros dominados. Então, o maior sou, doriel, se e quando representando papel de inventada verdade, seja de herodes, seja de pilatos, seja de anás, seja de caifaz. O Eu em mim mergulhado e atolado pela influência de carne da terra de fiat lux; como os são todos os homens de carne. Para socorrê-los, como socorrido o Eu residente no nazareno tão famoso, só mesmo o Unigênito Filho, em Espírito, cuja carne (daquele nazareno) se mortificou, sem necessidade de cusparadas, de chibatadas, de crucifixão, em novel jardim – o de Getsêmani -, intuindo o “não seja feita a minha, mas a vontade de D-Eus”. Eis que a vontade de quem ora tecla neste tablet, como carne (Romanos, Capítulo 7, versículos 14-25), não escapa de herodes e de pilatos, nem de anás nem de caifaz, nem ainda de pedros, que negam, nem ainda de judas, que traem, nem ainda de Paulos e de outros tantos, enquanto personalizam salvação (com tanto nome de santos!), eis que a vontade de quem ora tecla neste tablet – vínhamos dizendo – , enquanto mergulhando vontade sua, de ego grávido e inflamado de desejos e vontades seus e suas, inclusive a do pedido de que o cálice possa não demorar tanto… assiste o e assiste ao Maligno, embora estando este preso no e pelo Eu residido no nazareno, como em forma ilusória, mas bem real, largo sorriso de deboche, postando-se ao pé de uma cruz a colher o sangue de um inocente, vítima de tão perversos personagens. Em suma, o “fazei isto”, como pão e como vinho, muito bem realçando o fazer de homens, nunca o não-fazer de D-Eus, pelo Filho, que propicia, com arma que fere cabeça, a que Eus permaneçam no divino regaço, sem influências de carne; “fazei isto” que é mesmo nada além do que um triste memorial… Então, grandeza ilusória de carne, D- inex-istente, com Eus, idem.

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