EU ESCOLHIDO PELO CRISTO: AMARRAS, NENHUMAS MAIS

EU ESCOLHIDO PELO CRISTO: AMARRAS, NENHUMAS MAIS

(Para iniciados e iniciandos, letras mortas para profanos)

Este mundo com a sua terra que gira no espaço e tem nela um bicho chamado homem, um ser consciente; consciente da consciência de si e consciente da consciência de suas circunstâncias. Na verdade, ele está plantado em sociedades que nada mais são do que aglomerados formados por uma variedade deles. É ruim saber que em todos os tempos, em todas as épocas da sua história (a antiga, a moderna, a contemporânea e em outros compartimentos históricos de ora em diante), eles, lamentavelmente, não se largam, não se libertam de amarras. Ah, como são tantas as amarras! Amarras de toda a ordem, as piores delas, as do campo da religião e da religiosidade. Ninguém escapa dessas amarras. Não escapam os crentes obviamente. Não escapam os não-crentes. Não escapam os radicais negadores, até. Por isso, é preciso aborrecer todas e cada uma delas. Há de se aborrecê-las ao Eu no ser vivo humano sobre a terra do referido mundo, que gira, que gira, que gira, sem parar. Para que o aborrecimento seja completo, o centro-estático-essencial o faz em inconsciência para o bicho homem, tornando a amarra perante o Eu aborrecida frente a toda uma amarra de parentela (de pai, de mãe, de mulher, de filhos, de irmãos, de irmãs) e de vida também, que é terra (vide Lucas, Capítulo, 14, versículo 26). É equivalente ao tão conhecido ordenamento “sai de tua terra e de tua parentela” (Gênesis, Capítulo 12, versículo 1). E muitas outras amarras como satélites destas mencionadas há. Claramente, o leitor e a leitora hão de se apressar e se livrar de um querer seu, como assim quem quer que o seja de sua espécie, conscientemente anulado não o bastante, por si, pois é na inconsciência, para ele, que a vontade alheia a ele, na sua carne, nos seus nervos, nos seus músculos, nos seus ossos, o Eu, nele, torna-se tanto inex-istente quanto D-; D- que nem de luz mais necessita para outros reles fazeres, como se não bastassem tantas amarras já produzidas, amarras, amarras, amarras, haja amarras. Pois o que teve de epifania irrepetível (fiat lux) carrega a ilusão de uma reprodução apenas num lado, o lado vital, o lado da vida produtora de uma cadeia de vivos, vegetais e animais. E desenvolve-se nessa cadeia o encadeamento fortalecido por si mesma, cada vez mais, inapelavelmente, tudo como produto de um fluxo inicial daquele fazer irrepetível. A vida, então, torna-se império das amarras. O próprio reino dos minerais entra em sua composição em seus sabidos limitados quatro elementos (terra, fogo, água e ar) e o passar mortífero do tempo lhes é veneno que as faz num ir-se finando, como na imagem do salmista sobre a lesma (Salmo, 58, 9), onde o referido invertebrado vai-se finando, vai-se finando, vai-se finando, até derreter-se com o seu próprio arrastar-se… Temos, pois, o mineral, o vegetal e o animal. Estes dois últimos mais lentamente, no ritmo daquele invertebrado, enquanto aquele primeiro, o mineral, vocacionado a também finar-se, porém na consumação do século. E somos, nesses três tão conhecidos reinos da natureza, os vivos da abundante vida. Relativamente apenas ao homem e à mulher, também vivos dela, a partir do elemento barro e de uma costela, também e enfim barro, ambos com o sopro de D-Eus, o mal, no céu instalado, a partir de um ente celeste, um anjo, pois, embriagado com o esplendor de sua beleza, dela fazendo comércio, pretendeu-se como D- (Ezequiel, 28, 17 e 18), gerando, com isso, uma guerra da qual saiu perdedor (Apocalipse, 12, 7), guerra protagonizada por ele e por Miguel, este nada mais nada menos que o Unigênito Filho de D-; D-, que tudo fizera a partir de um fazer a luz (fiat lux), de uma singularidade passando à trindade, mediante a qual fez o homem e a mulher, assim o quis, sob essência de amor, ao passo que, criado o mundo, a este, igualmente sob essência de amor, fez precipitar Lúcifer e um terço de seus seguidores ao mesmo mundo criado (Apocalipse, 12, 9), decretando que o tudo de bom da criação, de bendita, se tornasse em maldita, porque, conquanto preciosa sua criação sob a proteção de um jardim de delícia para Adão e para Eva, ainda assim aquele Lúcifer, agora Satanás, na terra, como falante-serpente, veio a enganá-los e a torná-los desobedientes. Daí a expulsão deles daquele jardim e o início de uma vida de humanos, no imenso derredor do tal jardim primevo, que é o mundo todo, jazendo todo ele mundo sob o Maligno (vide versículo 19, parte final, do Capítulo 5, da 1ª Carta de João). Tem amarra pior? Além das já mencionadas (a terra e a parentela), ainda podemos dizer sobre o valor atribuído ao prepúcio, o valor atribuído aos sacrifícios de animais, o valor atribuído aos açoites, o valor atribuído aos cravos traspassando mãos e pés, o valor atribuído à cruz. Basta, basta, basta, pois, de amarras; outras delas ainda há, mas o presente texto acha melhor não nominá-las. O guarda-chuva de todas é efetivamente o mundo, não devendo ninguém olvidar que, daquele Maligno, todos, sem exceção, se acasalam na sua torta projeção… Sobre isto, aliás, Paulo não nos conduz a enganos: prova-nos isto a passagem de sua Carta aos Romanos, no Capítulo 7, versículos 14-25. Ler e reler a mencionada passagem bíblica, bem refletindo, convém! E, então, diante de tantas e tamanhas e inafastáveis amarras para o gênero homem, enquanto carne e nervos e músculos e ossos, o Eu de Eus de D-, pelo Unigênito Filho de D-, em seu incondicionado amor, dado por D- é o referido Filho, por seu exclusivo querer, com arma que fere cabeça de Mal, enquanto este não fere além do calcanhar. E, então, inconscientemente ao gênero bicho homem, o Filho se integra ao Eu em meu pobre mim e ao Eu em teu pobre ti, leitor, leitora, do Eus de D-, passando-se à forma sem fôrma de D-Eus! As amarras? O ente do céu importa-Se; as amarras, de porta para fora, finando-se, finando-se, finando-se…finadas, enfim. Como fazer o homem gênero? Ele, coitado, nada há a fazer; D-Eus unicamente fez, e desfaz. Mas, ainda assim, D-Eus querendo, de maneira santa, o homem e a mulher, habitantes do imenso derredor do jardim primevo, podem praticar ações como a do bom samaritano (Lucas, 10, 30-37); Deus querendo, de maneira santa, o homem e a mulher, habitantes do imenso derredor do jardim primevo, por suas mãos, podem se dispor a encher talhas que podem conter água que se transforma em vinho (João, 11, 1-12, especialmente o versículo 7); Deus querendo, de maneira santa, o homem e a mulher, habitantes do imenso derredor do jardim primevo, podem determinar-se a retirar pedra e abrir sepulcro de quem ali jaz morto há dias (João, 11, 39-44, especialmente os versículos 39 a 41); Deus querendo, de maneira santa, o homem e a mulher, habitantes do imenso derredor do jardim primevo, podem agir como os que se aceitam sucumbidos, pela própria força bruta aparentemente suicida, destruindo edificação inimiga e, com ela, os que nela se encontravam em diversões e zombarias (Juízes, Capítulo 13 e seguintes); Deus querendo, de maneira santa, o homem e a mulher, habitantes do imenso derredor do jardim primevo, podem aceitar a ordem e lançar suas redes de pesca à direita do barco (João, 21, versículos 1 a 6); Deus querendo, de maneira santa, o homem e a mulher, habitantes do imenso derredor do jardim primevo, podem atuar como os que, de fugitivos, aceitam-se obedientes para falarem de Deus (Jonas, Capítulos 1, 2 e 3); Deus querendo, de maneira santa, o homem e a mulher, habitantes do imenso derredor do jardim primevo, podem agir como os que não se deixam recriminar por um “vade retro, satanás”(Marcos, 8, versículos 27 a 33); Deus querendo, de maneira santa, o homem e a mulher, habitantes do imenso derredor do jardim primevo, podem se quedar como os que não precisam ver para crer (João, 20, versículos 26 a 29); Deus querendo, de maneira santa, o homem e a mulher, habitantes do imenso derredor do jardim primevo, podem encarnar os que adocicam, por meio de salmos, o coração devorado por violências e guerras (Salmos, de 1 a 150, apesar de 1 Samuel, Capítulo 18, versículos 25 a 27, apesar de 2Samuel, Capítulo 11, versículos 1 a 27 e muitos outros episódios violentos); Deus querendo, de maneira santa, o homem e a mulher, habitantes do imenso derredor do jardim primevo, podem encarnar os que se reconhecem com pecado e, por isso, nunca atiram nem a primeira, quanto mais tantas outras pedras (João, 8, versículos 2 a 11, especialmente o versículo 7); Deus querendo, de maneira santa, o homem e a mulher, habitantes do imenso derredor do jardim primevo, podem encarnar os que aceitam, mesmo após duvidar, por vezes, banharem-se em água prometida como de cura (2Reis, 5, versículos 1 a 14); Deus querendo, de maneira santa, o homem e a mulher, habitantes do imenso derredor do jardim primevo, podem encarnar os que são batizados, em água, de religiosos processos e que fazem diminuídas as tensões de maldades por respeito aos benéficos efeitos de chacras, em sua dimensão corpórea e psíquica (1Pedro, 3, versículo 21); Deus querendo, de maneira santa, o homem e a mulher, habitantes do imenso derredor do jardim primevo, podem encarnar os que tentam levar de vencida o ego e esperam superar tentações (Mateus, 4, versículos 1 a 11); Deus querendo, de maneira santa, o homem e a mulher, habitantes do imenso derredor do jardim primevo, podem encarnar os que tentam conduzir-se por sendas bem-aventuradas (Mateus, 5, versículos 1 a 48); Deus querendo, de maneira santa, o homem e a mulher, habitantes do imenso derredor do jardim primevo, podem encarnar os que se comportam como ovelhas que aceitam pastores de lobos por eles pastores presos (João, 10, versículos 1 a 15); Deus querendo, de maneira santa, o homem e a mulher, habitantes do imenso derredor do jardim primevo, podem encarnar os que não se fazem pródigos, porque tentam uma vida de respeito aos estágios naturais dela (Lucas, 15, versículos 11 a 32); Deus querendo, de maneira santa, o homem e a mulher, habitantes do imenso derredor do jardim primevo, podem encarnar os que, ao darem uma esmola, tentam não permitirem anunciar, por trombetas, a satisfação do seu ego (Mateus, 6, versículo 2); Deus querendo, de maneira santa, o homem e a mulher, habitantes do imenso derredor do jardim primevo, podem encarnar os que aceitam não serem dignos de entrarem e cearem com Jesus (Apocalipse, 3, versículo 20); Deus querendo, de maneira santa, o homem e a mulher, habitantes do imenso derredor do jardim primevo, podem encarnar os que consideram relevantes as ações (como está em Mateus, 25, versículo 35) em favor de quem tem fome (de todo tipo de fome), de quem tem sede (de todo o tipo de sede), de quem está nu (de todo o tipo de nudez), de quem está preso (de todo o tipo de prisão), de quem está doente (de todo o tipo de doença)… Tudo isso e isso tudo, homens e mulheres, com ou sem indumentárias, desesperem de esperanças suas; sabe D- do Eu de Eus de D-Eus. Então, Eu escolhido pelo Cristo: amarras, nenhumas mais.

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