ESQUECIMENTO
(Para iniciados e iniciandos, letras mortas para profanos)
Com o avançar da idade do ser humano (já avançada), o esquecimento se torna notório, sem olvidar que ele – o esquecimento – é de fundo biológico, não decorrendo do querer de ninguém. O próprio ser que foi Jesus de Nazaré – abstraído o tanto do quanto de divino o libertou, enfim, de um túmulo – inclui-se como um daquele ninguém de uma diversificada generalização, tal como retromencionado. Não fora o limite de trinta e três anos, a projeção temporal natural de idoso o faria esquecer. Aliás, o querer de Deus é único a permitir que o Filho, vencedor de uma guerra no céu contra Lúcifer, suplante a arma do mesmo Lúcifer, agora Satanás, na terra, com capacidade de ferir somente até o calcanhar, eis que detém (o Filho) o poder de ferir cabeça daquele Mal, representado na serpente-falante do paraíso, devendo o referido Mal sair de cabeça ferida, Mal esse residente na realidade de quem passou (todos os filhos de mulher passam) a residir no imenso derredor do jardim paradisíaco, que é o mundo todo, mundo esse que está integralmente sob o tal Mal de Maligno. Estamos todos – ressalvados os Eus salvos pelo Filho no querer do Pai, em irrealidades de entes celestes, estamos todos – vínhamos dizendo – num corpo de carne, de músculos, de nervos, de ossos que são realidades submissas ao esquecer de um esquecimento, na alongada projeção de um tempo – nunca se duvide disso!