DÍZIMO EM ESPÍRITO, DE ESPÍRITO, POR ESPÍRITO
(Para iniciados e iniciandos, letras mortas para profanos)
Submeter Deus à prova, com vontade miserável minha, miseravelmente pobre porque minha, que atrevido seria o tal sujeito; muito pelo contrário, ele, em espírito, de espírito, por espírito, não há como nem pode ter vontade: “Não seja feita a minha, mas a tua vontade, Pai” ou, noutra forma, sem ideia inicial negacionista: “Seja feita a tua vontade, Pai, não a minha”(Lucas, Capítulo 22, versículo 42). Então, interpretar Malaquias, Capítulo 3, versículo 10, como homem submetendo Deus à prova? É o cúmulo de uma gravidez de ego, numa inflação de desejos puros, de carne. O homem natural, como herodes e pilatos, na órbita civil dos que cobram tributos a contragosto e que se sobrelevam esses tributos com o nome pesado, salgado e impiedoso de imposto (e assim o justificam como uma dita necessidade social) ou como anás e caifaz, pretensiosos aprisionadores de Deus, em órbita que se diz religiosa, que cobram o dízimo (e deste modo o fazem como uma necessidade de salvação), assim o são porque provam e comprovam, em si, em suas carnes, em seus músculos, em seus nervos, em seus ossos, o que Paulo diz serem eles exatamente, inclusive o próprio Paulo, in Epístola aos Romanos, Capítulo 7, versículos 14 a 25: “Sabemos que a Lei é espiritual; eu, porém, sou carnal, vendido ao pecado como escravo. De fato, não entendo o que faço, pois não faço o que quero, mas o que detesto. Ora, se faço o que não quero, estou concordando que a Lei é boa. No caso, já não sou eu que estou agindo, mas sim o pecado que habita em mim. De fato, estou ciente de que o bem não habita em mim, isto é, na minha carne. Pois querer o bem está ao meu alcance, não, porém, realizá-lo. Não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero. Ora, se faço aquilo que não quero, então já não sou eu que estou agindo, mas o pecado que habita em mim. Portanto, descubro em mim esta lei: quando quero fazer o bem, é o mal que se me apresenta. Como homem interior, ponho toda a minha satisfação na Lei de Deus; mas sinto em meus membros outra lei, que luta contra a lei de minha mente e me aprisiona na lei do pecado, que está nos meus membros. Infeliz que eu sou! Quem me libertará deste corpo de morte? Graças sejam dadas a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. Em suma: pela minha mente sirvo à Lei de Deus, mas pela carne sirvo à lei do pecado”. Veja-se como está em Malaquias, Capítulo 3, versículo 10: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança”. Todavia, neste agora de sempre “crístico”, de um Reino que se não finda jamais, consintam os homens que se diga, por divino querer: “Todos os dízimos (mínimo de dez por cento do que cresceu o Eu em espírito – assim é certo que se entenda) trazem à casa do tesouro (o coração de Deus – assim é certo que se entenda), para que haja mantimento na minha casa (espiritual – assim é certo que se entenda), e então faço-me provado de que abro as janelas do céu e derramo no Eu assim crescido uma bênção tal (o Reino de Deus – assim é certo que se entenda), dela advindo a maior abastança (do que comer e do que vestir em espírito, de espírito, por espírito – assim é certo que se entenda)”. Tudo, então, quanto possa transparecer para um sentido de pessoalidade para o homem, sendo certo e irrefutável que há de ser feita a vontade de Deus e nunca a vontade de mais ninguém, é falso que homem, quem quer que seja ele, tome para si essa opção de ele poder pôr Deus à prova. No lugar dessa opção, o Eu divino, no homem residido Dele, pela força do inconsciente, sem precisar que o seu intelecto o saiba, mas em faixa de puríssima intuição, em somatório que culmina em Eu + Eu + Eu + Eu = D-Eus!, não exige Ele Deus mais do que um mínimo de 10% de cada crescimento espiritual, dos que nascem de novo, por vontade divina, para que, assim, a abastança melhor aconteça na Sua casa, tudo por vontade Dele, insiste-se em dizer, e nunca por meio de nenhuma carne onde resididos esses Eus. Assim é que Ele dá de graça o que de graça se torna disponível, em via intuitiva. Pois esta carne e estes músculos e estes nervos e estes ossos vendidos ao pecado e à morte, não há de ser jamais por uma vontade neles instalada que prove a Deus com bem material, exatamente o suor do rosto transformado em dinheiro (10% do salário de cada homem); este tem destino, apenas, para o sustento de uma organização que nunca dá de graça porque nunca de graça nada recebe, senão suores e suores e suores tomando-lhe o rosto, como em cachoeira de pesares. Na desgarrada visão de um Profeta, fica-lhe o entendimento limitado em e por um mero nível de solidariedade humana (querer de homem), movido pelo bem material de fazer favor (seja de herodes ou de pilatos, seja de anás ou caifaz, como figuras de uma constância nunca limitada ao tempo histórico dos tais personagens, quer no papel de dominantes, quer no de dominados), quando o imaterial de um nível de espiritualidade, somado e somado e somado e somado, em matemática do céu, agrada a Deus e a Sua casa, e não significa esta casa nunca, necessariamente, um templo de pedra, por mais lindeza arquitetônica tenha e apenas por causa dela se deleitem os homens.