EUS RELIGADOS, INCOMPREENSÍVEIS PARA A CARNE

EUS RELIGADOS, INCOMPREENSÍVEIS PARA A CARNE

(Para iniciados e iniciandos, letras mortas para profanos) 

No mundo da religação com Deus, esta jamais será pela carne, pelos músculos, pelos ossos, pelos sentidos, pela imaginação ou pela memória. Tudo fica na dependência de Deus, ou seja, daquele que, essência, não há de se manifestar, enquanto centro-essencial-estático e que, por amor, no princípio, resolveu, em desígnio imperscrutável, resolveu – vínhamos dizendo – resolveu ser, resolveu ser periférico-dinâmico-acidental, sem, entretanto, refrear, ao menos, o seu não-ser estático-central-essencial. Aliás, num mistério nunca jamais passível de desvendar, em sede de celestial harmonia de anjos, arcanjos, querubins e serafins, e outras categorias mais, o véu ofuscante tocou o sentido do não-ser que, de centro-estático-essencial, se tornou surpreendentemente envolto em uma semente nunca contraposta ao bem, mas semente que é mal e que ofusca a luz por mais brilhante que seja a dos olhos não-periféricos-não-dinâmicos-não-acidentais. São olhos do sempre e do eterno que, mesmo assim, se tomaram de uma cegueira que ainda não seria periférica-dinâmica-acidental, porque essa dinamicidade, essa periferia e essa acidentalidade não encontrariam, como não encontraram nem poderiam mesmo encontrar o sentido de passageiro, de efêmero. Pois um anjo, de repente, perdeu a luz de seus olhos, e se deixou ofuscar e, de repente, estava enfileirado com outros anjos, uma falange, então, pronta para um estado de quebra que, enfim, se estabeleceu. E Deus, centro-estático-essencial, sem princípio ainda de manifestação de mundo, mundo dinâmico-periférico-acidental, junto com aquele que é Filho nunca criado, mas gerado dele Deus, unigênito, travou a famosa batalha no céu, da qual aquele anjo maldito saiu perdedor, e Deus, sendo, então, por seu querer, tempo do tempo, do princípio, com seu Fiat Lux, criou o mundo, precisamente o que é dinâmico-periférico-acidental. Ora vejamos que Deus, sempre em manifestação de amor, permanece centro-estático-essencial, porém permite a sua manifestação, a sua epifania, com a ex-istência, tudo enfim se fazendo com o seu poder e determinação, só mesmo se pode dizer que esse mundo, esse dinâmico-periférico-acidental se confunde com o tudo do mundo criado do e no princípio, inclusive a sadia compreensão do sair de uma terra e de uma parentela, compreendida em Abrãos que hão de se tornar em Abraãos. Pois a manifestação de Deus que deixa o próprio periférico-dinâmico-acidental em estado de estupefação é a sua complacência com a descida daquele anjo caído, precipitado que é no mundo desse mesmo periférico-dinâmico-acidental, porém aquele Filho, não que o contrapõe, mas se põe no céu, seria, como é, o único a poder combatê-lo nesse mesmo periférico-dinâmico-acidental, como efetivamente  o combate, e o vence, deveras, de sorte tal que o mantém preso na coleira dos tempos escatológicos. Importante é que se diga a esta altura que desde (?) a eternidade e a infinitude, que assim permanecem, pois, do contrário, eterna e infinita não poderiam sê-las. Permanecem centro-estático-essencial, a despeito de uma dinâmica-periférica-acidental, gozo da divina providência de Deus, como prova do seu amor, a sua criação, que só o seu Filho poderia salvá-la, como a salvou, melhor seria dizer que a tem por e como salva. A primeira Eva e o primeiro Adão não saíram da terra e nem da parentela, como os de sua descendência biológica, esta (parentela) que não tiveram, contudo, expulsos do paraíso em face de uma desobediência incômoda, outros adãos e outras evas habitantes do grandioso derredor daquele jardim chamado éden vêm se mantendo em sua terra e em sua parentela, das quais não conseguem se desgarrar. Nem mesmo um povo a quem se deveria ter como os efetivamente saídos de uma terra e de uma sua parentela, esses é que permanecem a elas agarrados, e só a vontade e a determinação de Deus é que pode fazê-los saídos tanto de uma como de outra. Eles somente, não, quem quer que seja de qualquer um outro povo. Pois bem. Deus nunca se ausentou, nunca se afastou, ele é presença, seja no céu, central-estático-essencial, seja na terra, periférica-dinâmica-acidental. E é neste seu sentido periférico-dinâmico-acidental que se evolve, envolve e se desenvolve e se revolve em redemoinhos incompreensíveis de providências divinas, e, por divinas, jamais compreensíveis ao limite limitado da reles compreensão dos adãos e das evas, aqueles e estas criaturas, limitadas, porém, ainda bem, veículos do indimensionável estado de centro-estatístico-essencial que uma cegueira de anjo do mal teima em continuar impossibilitando, enquanto simples adãos e simples evas, continuar impossibilitando – dizíamos – o alcançe do divino que nunca deixaram de carregar em si mesmos, como veículos. E isso tudo que vem sendo dito é fruto de esforço de uma mente finita, obviamente, que, coitada, nunca chegará, por si, ao centro-essencial-estático, a este só Ele mesmo, Deus, por permissão Dele, é que se vai obtendo, aqui, acolá, alguma luminosidade, que vai tornando possível a religação, mas a religação nunca do periférico-dinâmico-acidental, com o essencial-central-estático, e, sim, religação do eu-navegante naquele e daquele veículo periférico-dinâmico-acidental. Só este eu dialoga com o central-estático-essencial, pois tanto este como aquele perenizam-se no eterno e no infinito. E nunca seria preciso dizer assim para que assim fossem, (sejam, são, seriam, serão ou foram ou tenham sido)… eterno… infinito. Eterno, infinito, basta assim dizer, e abarcar o que a pobre capacidade humana não pode eternizar nem infinitizar. Nesse sentido, o centro-estático-essencial, eterno, infinito, pereniza-se no periférico-dinâmico-acidental, de sorte que os adãos e as evas de todos os tempos, presente, passado e futuro, adãos e evas que a vontade de Deus os quis separados, santos, não têm história, não abarcam o telúrico, senão acidentalmente, porque essencialmente os põem em complacência com o infinito e o eterno. Logo, é preciso se ter em conta que o eterno e o infinito, nunca sendo possível que deixem de sê-los, tudo quanto é de santo, de separado, eterno é, infinito é, eternos são, infinitos são. Então, eternos e infinitos assim permanecem, como assim Deus, centro-estático-essencial. Essa “categoria”, e assim o dizemos por conta de uma pobreza finita de linguagem, é um “conjunto”, e aqui neste termo vai também o reconhecimento de pequenez e de finitude, é um “conjunto” mesmo de eus, eus que se somam numa unidade, numa soma que aparenta crescente e nunca regressiva. Eu + eu + eu + eu + eu + eu + eu + eu, indefinidamente eu, eu, eu, eu… – será que o eu na carne do cronista é um deles? Deixem-me assim, interrogativo, por uma força de humildade, característica da minha dinamicidade, da minha acidentalidade, da minha periferia. Mas, por certo, na senda estreita do que conheço e possa mais conhecer, pobre conhecer, só posso admitir que sempre o que Deus quer não é, ou seja, resta sempre indimensionado de eterno e de infinito, ou seja, ainda não se trata de realidade histórica e telúrica, ou seja, ainda, e tantos outros “ou sejam” ainda assim incapazes de abarcar em minha pobre mente, pobremente pobre, fazendo-me, sentindo-me doriel de dorieis, embora poucos, pois muitos são os josés e os antonios e os franciscos e os joãos e os…, e as marias, e as teresas, e as josefas, e as severinas…., todos, todos, todos, todas, todas, todas santos, santas, separados, separadas e, por santos e santas e separados e separadas, de carnes, de músculos, de nervos, de ossos, de sentidos, eternos, infinitos, com nomes inscritos no céu, edifício indestrutível e, mais do que isso, que nem construídos foram, porque o eterno e o infinito não se constroem nem se destroem, assumem o centro-estático-essencial, este que, por graça, sim, permite que o periférico-dinâmico-acidental de um doriel se transporte em central-estático-essencial, por uma vontade deste centro, obviamente. Então, neste mundo vencido, o mal ficou para trás, preso, com o rabo entre as pernas, com o perdão pela chula expressão, mas nisso não vai menosprezo, pois disso não se ocupa o que é o centro, o que é a essência e o que é o estático. Importa é que mais do que uma sensação, não seja eterno e infinito, assim como papas (verdadeiros), como swamis (verdadeiros), como imãs (verdadeiros), como rabinos (verdadeiros), em espírito, de espírito, por espírito, religados, religados, religados. Eus religados. Eus religados deles, santos e santas, separados e separadas, e também dos que, periféricos-dinâmicos-acidentais, como eles, como elas, os que nunca se rotularam de papas, de cardeais, de bispos, de pastores, de senhores e monsenhores, de swamis, de ímãs, de rabinos, de…, tantos e tantas quantos e quantas sejam os escolhidos e escolhidas dentre tantos e tantas chamados e chamadas… quem não tem olhos, veja; quem não tem ouvidos, ouça…

Adão do céu no Adão de nós

ADÃO DO CÉU NO ADÃO DE NÓS

Dizer que somos todos ladrões de Deus, por Adão  haver-se acrescentado as letras L e R – eis o sentido figurado do já figurado conjunto de árvores frutíferas com que Deus proveu o paraíso edênico onde colocara Sua criação excelente – o homem – o qual, por isso, ficou com a dívida de um dízimo a pagar, no sentido de devolver a Deus o que fora furtado, pois o fruto proibido se tornara furto, fruto como criação de Deus e furto como “arte” de satanás. Assim, a Adão lhe teriam bastado as duas mencionadas letras (L e R) para ladrão, enquanto que para fruto e furto apenas a troca de letra assina a sorte de quem com infidelidade subtrai mediante artifício de troca de posição da letra r e da letra u, isto como sendo próprio ao enganador, satanás. Dizer assim – começávamos dizendo – mostra Deus como o exigente cobrador do dízimo, mas se olvida o Deus da misericórdia, que se sacrifica e dá salvação pelo filho, de graça. Então, olvidar dívida é demonstrar e reconhecer o Adão do céu vencedor do mundo no lugar do Adão que, ladrão, continua, expulso, vivendo no imenso derredor do jardim primevo, que é este mundo. Ah, o Adão do céu, vai, de graça, nos salvando de furto de fruto do Eu-divino que reside no ladrão Adão de todos os tempos!

EU-DIVINO RESIDIDO NA CARNE, INCONSCIENTE, RECEPTOR DO ESPÍRITO

EU-DIVINO RESIDIDO NA CARNE,

 INCONSCIENTE, RECEPTOR DO ESPÍRITO 

(Para iniciados e iniciandos, letras mortas para profanos)

Que bobos os homens, que bobo Doriel, pois é natural que se vitimizem de distrações e de distorções tantas, uma delas, a mais perniciosa, no campo religioso, a de nutrir vontade própria, quando, dela se afastando, ou não, outra vontade, vontade de amor, vontade que se não vê, vontade que se não toca, vontade que se não pega, vontade que, indimensionada, o  “seja feito”, de Sua parte, nem “parte” nem “seja” importem, para Ela, infinita, eterna, eterna, infinita; nós, homens, finitos, é que ficamos subjugados ao que Ela queira fazer diretamente ao Eu-divino no homem, ou seja, exatamente que não seja feita vontade minha, mas a vontade de quem indimensionada, Ela exatamente, isso sim, e, para ser direto, o cronista vai logo à frase, em sua completude: “não seja feita a minha vontade, Pai, mas a tua” (Lucas, Capitulo 22, versículo 42). Este pronome tua é um possessivo a que Ela se dispensa de importância possessiva, porque assim limitada à expressão de um mundo finito, que é hoje e não mais amanhã, fazendo-A escapar, como se tal fosse possível, à eternidade (do sempre) e à infinidade (do sem limite), que, essencial-estática-central, Lhe escaparia, como para nós, finitos, assim acontece, por certo, pois Se assume como um Deus-conosco, na intimidade de até poder bater à porta e entrar e jantar com Ele (Apocalipse, Capítulo 3, versículo 20), exagero que esconde a vontade prevalecente, a divina, porém na esteira da bondade e do amor de Deus, numa compreensão de misericórdia para quem tem lado fraco… de carne. A chave para remover a dificuldade de abordagem e dessa compreensão, porém, reside em desprezar, em termos relativos, essa pobre vontade minha e crer e ter fé, sem sentido de posse para a tal fé (minha fé), deixando que a vontade que importa, a vontade divina, use, na e para a dimensão minha, do quando quiser, do quanto quiser, do como quiser, isto na dimensão minha, insisto e não canso de dizê-la, porque a vontade divina, indimensionada, não se submete a quando, a quanto, a como, pois Ela, indimensionada, inexiste em eternidade e em infinidade, sem hojes, sem ontens, sem amanhãs, sem tamanhos, sem formas, sem modos. A propósito, veja-se como a leitura apressada de Paulo, por certo, sem assim o querer, distrai e distorce, como no Capítulo 8 do Livro Epístola aos Romanos, de sua lavra de homem, como assim de homem são essas minhas reflexões de agora – reconheço, bem reconheço. Ele Paulo se refere no texto (leiam-no!, leiam-no!, leiam-no!) Ele – vínhamos dizendo – se refere, algumas vezes, a um tratamento pessoal, nós, por exemplo, como fazendo possibilitar a crença de que seja a vontade humana, vontade de carne que alcança a justificação. Por certo, só a vontade divina pode isto alcançar e se é a vontade divina, então descartemos a carne com sua vontade e por certo o Eu-divino, aí sim, este, na carne de cada um de nós, torna-se a via única receptiva daquela divina vontade divina e divina e divina e divina vontade. Por isso, não se faz mister que o homem, como conditio sine qua non, fique em súplicas; isto é muito pobre, é evidente gravidez de ego, sempre inflado, assaltado por um possessivo, seja de um meu, de um teu, de um dele, de um dela, gordo de ânsias, que planeja e executa, para si, o que ele entende como salvação sua. No lugar de uma vontade assim, o homem dela se desvestindo, não significa ele mesmo podendo concluir outra vontade, pois não é ele, finito, quem navega águas de eternidade e de infinidade. Que até possa supor, nisso não se fará presunçoso, porque só o divino o sabe. Mas se afirmar diretamente que é salvo, o humano assume condição de ponta e aí ele continua a condição de carne e faz sorrir o Mal que é nele (Jó, 1, versículo 7, Romanos, 7, versículos 14-25, 1Pedro, 5, versículo 8, 1João, 5, versículo 19, parte final) e que só a vontade divina pode combater contra esse Mal. Quando, quanto, como essa vontade divina se opera, mais e mais e mais se atolam na carne os que, presunçosos, mormente em aspectos religiosos, se dizem e se acham no céu por, em condição humana, acharem que fizeram a vontade divina. Então, você leu o já referido Capítulo 8 de Romanos, todo ele? Pois, leia-o e leia-o de novo, e mais uma outra vez. Agora, eu vou lhe apontar, leitor, leitora, alguns versículos onde o Apóstolo faz parecer que alguém, do gênero homem, aparece como justificado. Logo no versículo 1, diz: “Agora, portanto, já não há condenação para os que estão no Cristo Jesus”. Os que mais do que sugerir, indica alguém do gênero humano. Bem mais exato seria dizer: “Já não há assédio de carne para o Eu-divino no homem que está no Cristo e isto por uma vontade divina”.  Agora, vamos ao versículo 2: “Pois a lei do Espírito, que dá a vida no Cristo Jesus, te libertou da lei do pecado e da morte”. Bem mais certo seria dizer: “Pois a lei do Espírito, que dá a vida no Cristo Jesus, liberta o Eu-divino no homem da lei do pecado e da morte”. Veja-se o versículo 4: “a fim de que a justiça exigida pela Lei seja cumprida em nós, que não procedemos segundo a carne, mas segundo o Espírito”. Quem, mais que sugerir, indica quem seja o nós aqui, neste versículo? Claro que aponta para alguém do gênero humano, que tem uma vontade de homem. Bem mais correto seria dizer: “a fim de que a justiça exigida pela Lei seja cumprida no Eu-divino no homem, que não procede segundo a carne, mas segundo o Espírito, portanto vontade divina”. No versículo 5, o plural dos que vivem também, mais do que sugerir, indica vontade de homem e não vontade de Deus. Mesma observação para o versículo 8. Mas o versículo 9 revela quão presunçoso se é: “Vós não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito, se realmente o Espírito de Deus mora em vós. Se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo.” A pergunta se impõe: quem é esse vós? Um padre, um bispo, um cardeal, um pastor? Sim, o Epistolar Paulo deixaria exposta a sua vontade, quanto a existirem, na seara religiosa, pessoas que não vivem na carne, mas no Espírito. Ora, a espiritualidade não se subordina à vontade de nenhum homem, mesmo que esse homem seja um Paulo. O vós, saindo de uma tendência de pessoalidade, substitui-se por Eu-divino, impessoal, que, apesar de não-ser na carne de cada homem, neutraliza essa carne o poder do Mal, sobre Ela, na medida de um tratamento respeitoso a esse Mal, ficando o Eu-divino livre, pela bondade e pelo amor de Deus, para assistir à luta entre o Mal e o Unigênito, Salvador, este com arma que fere cabeça do Mal, e o vence, e o Mal, com arma que somente pode atingir calcanhares, sai perdedor; resultado: o Unigênito prende o Mal, e o prende pelo rabo, com o perdão pela chula expressão. Prossigamos, então, na analítica observação do Capítulo 8 de Romanos: veja-se, agora, o versículo 10: “Se, porém, Cristo está em vós, embora vosso corpo esteja morto por causa do pecado, vosso espírito está cheio de vida, graças à justiça”. Aqui, um vós e um vosso e outro vosso, novas portas que se abrem a uma pessoalidade, quando o impessoal Eu-divino, inconsciente, fica esquecido, porque a força do Eu-personal arrasta para a gordura de aspirações do ego-físico-mental, que Paulo nunca quis nutrir para si e nunca quis nutrir para outros que seguem o que ele ache perfeita doutrinação. Por fim, eu, então, reles cronista, considero bastante a exploração até aqui feita, no texto do Capítulo 8 de Romanos, para auxiliar o Apóstolo, cujo Eu-divino em sua carne e o Eu-divino na carne que ora tecla neste tablet testemunhem o vero conhecimento de Deus, sem apegos a intelectivas e pessoais posições (arre, que elas não distraiam nem distorçam o que seja pretensão do céu) e, intuitivamente, mostrem e demonstrem que a vontade prevalecente é e sempre será a de Deus: “Não seja feita a minha vontade, Pai, mas a tua” – portanto, Eu-divino residido na carne, inconsciente, receptor do Espírito, assim como está no título destas despretensiosas reflexões. Então, querendo Deus, por meio do Eu-divino-inconsciente, a carne de quem quer que seja cega-se em ações como a do bom samaritano (Lucas, 10, 30-37); querendo Deus, por meio do Eu-divino-inconsciente, a carne de quem quer que seja cega-se na disposição de encher talhas que podem conter água que se transforma em vinho (João, 11, 1-12, especialmente o versículo 7); querendo Deus, por meio do Eu-divino-inconsciente, a carne de quem quer que seja cega-se em determinar-se na retirada da pedra e abre sepulcro de quem já morto há dias (João 11, 39-44, especialmente os versículos 39 a 41); querendo Deus, por meio do Eu-divino-inconsciente, a carne de quem quer que seja cega-se em se aceitar sucumbida, pela própria força bruta aparentemente suicida, destruindo edificação inimiga e, com ela, os que nela se encontravam em diversões e zombarias (Juízes, Capítulo 13 e seguintes); querendo Deus, por meio do Eu-divino-inconsciente, a carne de quem quer que seja cega-se em aceitar a ordem e lança suas redes de pesca à direita  do barco (João, 21, versículos 1 a 6); querendo Deus, por meio do Eu-divino-inconsciente, a carne de quem quer que seja cega-se e, de fugitiva, aceita-se obediente para falar de Deus (Jonas, Capítulos 1, 2 e 3); querendo Deus, por meio do Eu-divino-inconsciente, a carne de quem quer que seja cega-se em não se deixar recriminar por um vade retro, satanás (Marcos, 8, versículos 28 a 33); querendo Deus, por meio do Eu-divino-inconsciente, a carne de quem quer que seja cega-se em não precisar ver para crer (João, 20, versículos 26 a 29); querendo Deus, por meio do Eu-divino-inconsciente, a carne de quem quer que seja cega-se e adocica, por meio de salmos, o coração devorado por violências e guerras (Salmos de 1 a 159, apesar de 1Samuel, Capítulo 18, versículos 25 a 27, apesar de 2Samuel, Capítulo 11, versículos 1 a 27 e muitos outros episódios violentos); querendo Deus, por meio do Eu-divino-inconsciente, a carne de quem quer que seja cega-se em se reconhecer com pecado e, por isso, nunca atira a primeira, quanto mais tantas outras pedras (João 8, versículos 2 a 11, especialmente o versículo 7); querendo Deus, por meio do Eu-divino-inconsciente, a carne de quem quer que seja cega-se e aceita, mesmo após duvidar, por vezes, banhar-se em água prometida como de cura (2Reis, 5, versículos 1a 14); querendo Deus, por meio do Eu-divino-inconsciente, a carne de quem quer que seja cega-se e se batiza,  em água, de religiosos processos, que fazem diminuídas as tensões de maldades por respeito aos benéficos efeitos de chacras, em sua dimensão corpórea e psíquica (Pedro, 3, versículo 21); querendo Deus, por meio do Eu-divino-inconsciente, a carne de quem quer que seja cega-se e tenta levar de vencida o ego e espera superar tentações (Mateus, 4, versículos 1a 11); querendo Deus, por meio do Eu-divino-inconsciente, a carne de quem quer que seja cega-se, tentando conduzir-se por sendas bem-aventuradas (Mateus, 5, versículos 1 a 48); querendo Deus, por meio do Eu-divino-inconsciente, a carne de quem quer que seja cega-se e se comporta como ovelhas que aceitam  pastores de lobos por eles pastores presos (João, 10, versículos 1 a 15); querendo Deus, por meio do Eu-divino-inconsciente, a carne de quem quer que seja cega-se e se não faz pródiga, porque tenta uma vida de respeito aos estágios naturais dela (Lucas, 15, versículos 11 a 32); querendo Deus, por meio do Eu-divino-inconsciente, a carne de quem quer que seja cega-se e, ao dar uma esmola, tenta não permitir anunciar, por trombetas, a satisfação do seu ego (Mateus, 6, versículo 2); querendo Deus, por meio do Eu-divino-inconsciente, a carne de quem quer que seja cega-se e aceita não ser digna de entrar e cear com Jesus (Apocalipse, 3, versículo 20); querendo Deus, por meio do Eu-divino-inconsciente, a carne de quem quer que seja cega-se e considera relevantes as ações (como está em Mateus, 25, versículo 35) em favor de quem tem fome (de todo o tipo de fome), de quem tem sede (de todo o tipo de sede), de quem está nu (de todo o tipo de nudez), de quem está preso ( de todo o tipo de prisão), de quem está doente (de todo o tipo de doença)… ufa! Então, então, então, Eu-divino residido na carne, inconsciente, receptor do Espírito.

BATERIA DE PRONOMES; ESCONDERIJO DE DIVINO EU

BATERIA DE PRONOMES; ESCONDERIJO DE DIVINO EU

(Para iniciados e iniciandos, letras mortas para profanos)

O Salmo 91: 1. Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. 1. Aquele Eu divino que em mim habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente repousará. 2. Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei. 2. O Eu divino diz do Senhor: é Deus, é refúgio, é fortaleza e nele o dito eu divino confia. 3. Porque ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa. 3. Porque ele livrará o Eu divino em mim do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa. 4. Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas te confiarás; a sua verdade será o teu escudo e broquel. 4. Ele cobrirá o Eu divino em mim com penas, e debaixo das asas o Eu divino em mim se confiará; a verdade será o escudo do Eu divino em mim e o broquel. 5. Não terás medo do terror de noite nem da seta que voa de dia. 5. O Eu divino em mim não terá medo do terror da noite, nem da seta que voa de dia. 6. Nem da peste que anda na escuridão, nem da mortandade que assola ao meio-dia. 6. Nem da peste que anda na escuridão, nem da mortandade que assola ao meio dia. 7. Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti. 7. Mil cairão ao lado, e dez mil à direita, mas não chegará ao Eu em mim. 8. Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios. 8. Somente com olhos contemplarás, e o Eu em mim verá a recompensa dos ímpios. 9. Porque tu, ó Senhor, és o meu refúgio. No Altíssimo fizeste a tua habitação. 9. Porque tu, Senhor, és refúgio. No Altíssimo fizeste habitação do Eu divino em  mim. 10. Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. 10. Nenhum mal sucederá ao Eu divino em mim, nem praga alguma chegará à tenda do Eu divino em mim. 11. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos. 11. Porque a anjos dará ordem a respeito do Eu divino em mim, para guardarem o Eu divino em mim em todos os caminhos. 12. Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra. 12. Eles sustentarão o Eu divino em mim em mãos, para que não tropece com pé em pedra. 13 Pisarás o leão e a cobra; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente. 13. O Eu divino em mim pisará o leão e a cobra; o Eu divino em mim calcará aos pés o filho do leão e a serpente. 14. Porquanto tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei em retiro alto, porque conheceu o meu nome. 14. Porquanto tão encarecidamente amou o Eu divino em mim, também o livrarei, pô-lo-ei em retiro alto, porque conheceu o nome de Deus. 15.  Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; dela o retirarei, e o glorificarei. 15. O Eu divino em mim o invocará e ele lhe responderá; estará com ele na angústia; dela o retirará e o glorificará. 16. Fartá-lo-ei com lonjura de dias, e lhe mostrarei a minha salvação. 16. Fartará o Eu divino em mim com lonjuras de dias, e lhe mostrará a salvação.

– Assim, melhor que Davi ou de quem por ele tenha feito formatar o presente salmo, “salmifique” você também, leitor, leitora, outros e outros tantos, sempre na impessoalidade de divino Eu!

O EU DE D- = D-EUS NUNCA PURA E HUMANAMENTE SABE

O EU DE D- = D-EUS NUNCA PURA E HUMANAMENTE SABE

(Para iniciados e iniciandos, letras mortas para profanos)

Dizer, sobre Deus, que Eu sei Dele, no lugar de dizer que acredito Nele, diz realmente muito mais do que a crença, pois acreditar envolve, no final de contas, uma dúvida. Ainda assim, o Eu sei é pobre de uma pobreza de dimensão humana, finita, portanto, porque é a carne quem emite aquela certeza do saber. Deus não se liga em saber, de ciência, pois esta é mundo deste mundo de existência. E Deus inexiste. Mesmo que saiba ou não saiba o homem, D-, enquanto Eu, não é, inconscientemente para mim, em meu pobre mim de carne, de nervos, de músculos, de ossos e inconscientemente para ti, em teu pobre ti também de carne, de nervos, de músculos, de ossos, leitor, leitora. Não importa, ou seja, não se pode pôr de porta para dentro, quem seja esse mim e quem seja esse ti, seja ele de quem for, neste mundo de ex-istência: santo, virtuoso, puro, beato, salteador, homicida, adúltero, mentiroso etc., o Eu, neles, subjaz, infinito, eterno. Esse Eu, precisamente, tem a ver com D-, como se partículas formadoras do Eus, enfim, unidas a D-, na forma sem fôrma final, central-estática-essencial de… D-Eus! E na irrealidade celestial de D-, com anjos, arcanjos, querubins e serafins, o mistério misterioso do Mal atinge o anjo Lúcifer, como o pretensioso fazedor de comércio do esplendor de sua própria beleza, sob a pretensão de se igualar a D-Eus. Esse ente do céu, assim procedendo, fez resultar a guerra, no mesmo céu, saindo dela perdedor. Como D- se assume em amor, só amor, sempre amor, cobrar despojos do tal perdedor seria o mesmo que negá-LO propriamente, ou seja, negar-Se D-Eus a Si mesmo. Por isso D-, por palavras de fazer luz (fiat lux), criou o mundo e ao mesmo mundo fez precipitar aquele anjo, que aqui na terra se assumiu como serpente falante, conhecida como diabo, demônio, satanás. Trata-se, pois, de ente celeste precipitado na terra deste imenso mundo, com uma presença inescondível e inevitável para a carne e para os nervos e os para músculos e para os ossos (Jó, 1, 7, Romanos, 7, 14-25, 1ª Pedro, 5, 8 e 1ª João, 5, 19, parte final). Destes, ele Mal se diz senhor, acusando a D- de não os ter como seus, mas como sendo dele, exclusivamente dele. E esta é a verdade para a carne e para os nervos e para os músculos e para os ossos, nunca, porém, para o Eu de D-, mesmo que este prossiga, em face de desobediência contra D- e após sua expulsão do jardim de delícias, o Éden, mesmo que este prossiga – vínhamos considerando – habitante do imenso derredor daquele jardim, que é o mesmo mundo onde subjaz o Maligno impregnado naquele anjo, submetendo o Eu residente em carne e em nervos e em músculos e em ossos às más influências dele. De igual modo como no céu houve guerra entre entes celestes, na terra, uma outra, também entre entes celestes, já se operou entre o filho unigênito de D- e o Mal, aquele vencendo a este e o mantendo preso por um milênio. E o Eu escolhido para tanto foi o residente num jovem Galileu. Por ele, e nele, e para ele, o filho unigênito prova que D- venceu o mundo na sua estreiteza de carne, de músculos, de nervos, de ossos, em Jesus de Nazaré. Então, tal como aquele Eu em um jovem carpinteiro nunca soube, o Eu em meu pobre mim e o Eu em teu pobre ti, leitor, leitora, não sabem, senão no acanhado limite do saber deste mundo de carne, de nervos, de músculos, de ossos. Daí ser correto proclamar que o Eu de D- = D-Eus nunca pura e humanamente sabe.