DE UM CORAÇÃO DE AMOR HUMANO E DA VONTADE DE DEUS

DE UM CORAÇÃO DE AMOR HUMANO

 E DA VONTADE DE DEUS

(Para iniciados e iniciandos, letras mortas para profanos)

Como é certo, na compreensão pobre do homem, que a vontade prevalecente é a vontade de Deus, este, centro-estático-essencial, não ex-istindo, mas ex-istindo a Sua Epifania, que é o mundo como um todo, ficam, neste mesmo mundo, estes ossos (meus ossos), esta carne (minha carne), estes músculos (meus músculos), estes nervos (meus nervos), e os teus também, leitor, e os teus também, leitora, todos eles ex-istidos e resididos de uma pobre e corruptível vontade, a minha vontade, coitada!, e a tua também, leitor, leitora, imersas em tensões de maldades que neles residem (vide Epístola aos Romanos, Capítulo 7, versículos 14 a 25: “Sabemos que a Lei é espiritual; eu, porém, sou carnal, vendido ao pecado como escravo. De fato, não entendo o que faço, pois não faço o que quero, mas o que detesto. Ora, se faço o que não quero, estou concordando que a Lei é boa. No caso, já não sou eu que estou agindo, mas sim o pecado que habita em mim. De fato, estou ciente de que o bem não habita em mim, isto é, na minha carne. Pois querer o bem está ao meu alcance, não, porém, realizá-lo. Não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero. Ora, se faço aquilo que não quero, então já não sou eu que estou agindo, mas o pecado que habita em mim. Portanto, descubro em mim esta lei: quando quero fazer o bem, é o mal que se me apresenta. Como homem interior, ponho toda a minha satisfação na Lei de Deus; mas sinto em meus membros outra lei, que luta contra a lei de minha mente e me aprisiona na lei do pecado, que está nos meus membros. Infeliz que eu sou! Quem me libertará deste corpo de morte? Graças sejam dadas a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. Em suma: pela minha mente sirvo à Lei de Deus, mas pela carne sirvo à lei do pecado”. Seguindo e se prendendo àquelas ordens de considerações sobre ossos, carnes, músculos, nervos, há de se concluir, inevitavelmente, que o homem sozinho é uma nulidade, em termos de espírito, em espírito, por espírito. E é mesmo! Entretanto, o Eu divino, inconsciente, é em mim, como em cada homem, indistintamente, ponto, exatamente, onde opera Deus, diretamente, em favor dos que lhe rendam, ou não, fidelidade, esta em puro aspecto humano – valioso é isso ressaltar. Então, na medida de uma vontade não de homem puramente, mas exclusivamente de Deus, pode Deus, em espírito, em novo nascimento, tornar determinado homem Filho do Homem, ou seja, aquele que é pleno de humanidade. É a profecia deixando de sê-la (profecia), porquanto operada a promessa! – Ezequiel, Capítulo 36, versículos 25  a 27 e o mesmo Ezequiel, Capítulo 37, versículos 1 a 10, em um agora de sempre crístico, de como Cristo ama, num Reino que se não finda jamais. Diga-se, neste ponto, o homem Jesus: por vontade de Deus, embora ex-istindo em ossos, em carne, em músculos, em nervos, aquela vontade divina, a partir do Eu divino inconsciente, nele Jesus, fê-los – os ossos, a carne, os músculos, os nervos – infensos àquelas maldades que citamos linhas atrás. Mas, nós outros, expulsos do jardim primevo, o Éden (Gênesis, Capítulo 3, versículo 23), e habitantes do derredor desse jardim, que é o mundo, permanecemos, intrinsecamente, com aquela maldita inclinação para o mal, em nossos ossos, em nossa carne, em nossos músculos, em nossos nervos. E a esta altura desta crônica, bom é que se esclareça que o centro-estático-essencial, Deus, inex-istente, puro amor, prova esse Seu amor a começar pela Sua sujeição ao ser, ou seja, ao ex-istir, como Epifania, manifestação Sua – o mundo todo e todo o mundo (Gênesis, Capítulo 1, versículos 1 e 2). No céu, sem Epifania, sem ex-istência, com o amor de Deus que não priva ninguém de liberdade, mas por um mistério de semente de mal aninhada no coração do anjo Lúcifer, embriagado, por sua beleza e o comércio que dela fez, mal usando, portanto, do ser livre, pretendeu-se no lugar de Deus (Ezequiel, Capítulo 28, versículos 12 a 18), e isto provocou guerra no céu (Apocalipse, Capítulo 12, versículo 7), da qual Lúcifer, combatendo com Miguel, que é Cristo, Filho Unigênito de Deus, veio a perder a dita guerra (Apocalipse, Capítulo 12, versículo 8). Deus, no céu, manifesta-se, na Epifania do mundo, mediante fiats (Gênesis, Capítulo 1, versículos 3 a 31), e prova mais uma vez o Seu amor, não permitindo o aniquilamento daquele anjo perdedor da guerra, mas precipitando a Ele e a um terço dos seus seguidores para a terra (Apocalipse, Capítulo 12, versículo 9). É justamente por isso, por causa dessa mencionada precipitação, que o mal, aqui na terra chegando e se transformando em serpente falante, se instalou, inicialmente, nos ossos, na carne, nos músculos, nos nervos dos primeiros pais, fazendo-os cair (Gênesis, Capítulo 3, versículos 1 a 6)  e, com essa queda, expulsos do jardim. E nós humanos, como expulsos, igualmente, habitamos o mundo, que é o derredor daquele jardim, muitas vezes podendo fazer, embora com a vontade fraca de ossos, de carne, de músculos, de nervos, todos fracos, muitas vezes podendo fazer – vínhamos dizendo – o lado nosso, o lado humano, consciente, na companhia perigosa do ego, é verdade, de um conhecimento sinuoso de serpente, o conhecimento intelectivo, ainda bem com um ingrediente poderoso, de medida humana, que capacita os que alcançam Misericórdia de Deus – a fé – para encarnarem bons samaritanos (Lucas, Capítulo 10, versículos 30 a 37); para encarnarem os que se dispõem a encher, por suas mãos, talhas que podem conter água que se transforma em vinho (João, Capítulo 2, versículos 1 a 12, especialmente o versículo 7); para encarnarem os que se assumem com coragem para tirarem a pedra que tranca sepulturas e verem ressurrecta a carne de um morto (João, Capítulo 11, versículos 39 a 44, especialmente os versículos 39 e 41); para encarnarem os que se aceitam sucumbidos, pela própria força bruta aparentemente suicida, destruindo edificação inimiga e, com ela, os que nela se encontravam em diversões e zombarias (Juízes, Capítulo 13 e seguintes); para encarnarem os que aceitam a ordem e lançam suas redes de pesca à direita do barco (João, Capítulo 21, versículos 1 a 6); para encarnarem os que, de fugitivos, aceitam-se obedientes para falarem de Deus (Jonas, Capítulos 1, 2 e 3); para encarnarem os que não se deixam recriminar por um “vade retro, satanás”(Marcos, Capítulo 8, versículos 27 a 33); para encarnarem os que não precisam ver para crer (João, Capítulo 20, versículos 26 a 29); para encarnarem os que adocicam, por meio de salmos, o coração devorado por violências e guerras (Salmos, de 1 a 150, apesar de 1 Samuel, Capítulo 18, versículos 25 a 27, apesar de 2Samuel, Capítulo 11, versículos 1 a 27 e muitos outros episódios violentos); para encarnarem os que se reconhecem com pecado e, por isso, nunca atiram nem a primeira, quanto mais tantas outras pedras (João, Capítulo 8, versículos 2 a 11, especialmente o versículo 7); para encarnarem os que aceitam, mesmo após duvidar, por vezes, banharem-se em água prometida como de cura (2Reis, Capítulo 5, versículos 1 a 14 e Mateus, Capítulo 8, versículo 8); para encarnarem os que são batizados, em água, de religiosos processos e que fazem diminuídas as tensões de maldades por respeito aos benéficos efeitos de chacras, em sua dimensão corpórea e psíquica (1Pedro, Capítulo 3, versículo 21); para encarnarem os que tentam levar de vencida o ego e esperam superar tentações (Mateus, Capítulo 4, versículos 1 a 11); para encarnarem os que tentam conduzir-se por sendas bem-aventuradas (Mateus, Capítulo 5, versículos 1 a 48); para encarnarem os que se comportam como ovelhas que aceitam pastores de lobos por eles pastores presos (João, Capítulo 10, versículos 1 a 15); para encarnarem os que não se fazem pródigos, porque tentam uma vida de respeito aos estágios naturais dela (Lucas, Capítulo 15, versículos 11 a 32); para encarnarem os que, ao darem uma esmola, tentam não permitirem anunciar, por trombetas, a satisfação do seu ego (Mateus, Capítulo 6, versículo 2); para encarnarem os que aceitam não serem dignos de entrarem e cearem com Jesus (Apocalipse, Capítulo 3, versículo 20); para encarnarem os que consideram relevantes as ações (como está em Mateus, Capítulo 25, versículo 35) em favor de quem tem fome (de todo tipo de fome), de quem tem sede (de todo o tipo de sede), de quem está nu (de todo o tipo de nudez), de quem está preso (de todo o tipo de prisão), de quem está doente (de todo o tipo de doença), todos esses, que são exemplos religiosos de exortação ou de consolação ou de edificação, como assim classificados em 1ª Corintos, Capítulo 14, versículo 3, dos que profetizam para profetizados, ou mesmo dos que, santos alcançados por ditos divinos indizíveis, se quedam em mistérios de falas de línguas, referidas no dito Capítulo de 1ª Corintos (existem outros tantos, tantos, tantos e tantos mais do que aqueles exemplos de encarnados!), da parte de quem, por certo, se credita (cuidado, todo o cuidado é pouco, nesta humana senda, para não engrossar a onda de tantos iludidos, herodes e pilatos, dominantes e dominados, como nações, e anás e caifaz, dominantes e dominados, como instituições que se dizem santas, reféns da profecia de Abdias ou Obadias, em seu Capítulo único), da parte de quem, por certo, se credita – vínhamos dizendo – na vontade de Deus, para que Aquele que já venceu e prendeu o Mal (o Cristo-assumido-em-Jesus ou o Jesus-tornado-Cristo) possa assumir a luta contra o tal Mal e mais uma vez e sempre vencê-lo, prendendo-o, por exemplo, para o Eu em meu mim (mim agora tornado incorrupto, como por uma sucção da vontade prevalecida – minha – pela vontade prevalecente – de Deus) e para o Eu em teu ti (ti agora tornado incorrupto, como igualmente por uma sucção da vontade prevalecida – tua – pela vontade prevalecente – de Deus), caro atento leitor, caríssima atenta leitora, sendo que, agora, o cenário onde ambos culminarão o uso de suas respectivas armas é o mesmo jardim em que Ele o prendera para o céu (o jardim de Getsêmani), com o Mal dispondo de arma que, no máximo, somente pode ferir até os calcanhares e o Cristo dispondo de arma que fere a cabeça. Deus, então, Ele e o Unigênito Filho, por vontade de ambos, produzindo o nascer de novo, ou seja, o despertar do espírito, no Eu divino em mim e no Eu divino em ti, leitor, leitora – na eternidade (do sempre) e no infinito (do sem limites)!

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