CRESCIDA A ESPIRITUALIDADE NOS EUS

CRESCIDA A ESPIRITUALIDADE NOS EUS

(Para iniciados e iniciandos, letras mortas para profanos)

Como livrar o Eu do e o Eu no meu mim de carne, como livrá-los – vínhamos perguntando – do escuro e do cheiro de uma cova, só para se falar do modo simples de se inumar um corpo humano inerte e fadado ao malcheiroso desmanche, condições essas igualmente próprias ao mais rico dos túmulos?

Quem assim se exibe presunçoso há de se largar disso, exatamente daquela presunção de poder fazer seja lá o que for em relação ao Eu na carne; melhor aquietar-se, pois, sabe-se, assim se é por culpa de uma fraqueza de carne, fraca e fraca e fraca, e que tem um fim; inapelavelmente. 

Nasce-se de um nascimento a que se permite um crescimento e, lá adiante, a carne, como a que aqui está a teclar em um tablet, pre-ocupa-se e se ocupa com o que não tem nem poderá tê-lo, jamais; precisamente o Eu, este em o qual, por uma vontade exclusivamente do divino, opera o “fenômeno” da espiritualidade, em graus variados, inesgotáveis, para mais ou para menos, em relação ao que é sempre pronto – o Espírito. 

Tenho, em minha fraqueza de carne, esta mesma fraqueza das minhas energias que permitem estar desenvolvendo um texto em contexto tão chamativo e cruel, como este, mas, fazer o quê?; é a dura realidade de um mundo cheio de ciladas e de incertezas; uma crudelíssima ilusão.

Procuro me afastar dessa presunção como minha, como devidamente querida e assumida, mas não escapo de que outros vejam-me com ela, como por uma astúcia qualquer. Mesmo assim, a bondade do divino há permitido a esse meu mim, como permite, também, ao teu ti, leitor, navegar em graus de humanidade, variando, destarte, do grau de  solidário para o de solitário, por certo sem garantia de carne enquanto esta permanece cega e grávida de desejos seus, em desmedido apego.

Bem aventurado, contudo, quem, no Eu e do Eu de carne, em graus de uma espiritualidade desse e nesse Eu, mesmo que seja de um iniciando, firma-se à distância de túmulos; mas, como distante de túmulos, como se o Eu não estivesse lá, também? Porque, se divino, não, mas, como sendo divino mesmo, propriamente da indimensão que eterniza e que infinitiza mostra-se infenso a distâncias e a demoras e a sentidos de incômodos fedores, próprios aos narizes de carne.

Por isso mesmo, essa carne que ora aqui tecla (só pode ser mesmo por um querer divino) aqui esparrama, como esparramada é a luz do divino, por permissão exclusiva dele, a ponto de um dom de escrever agasalhar tanta luz de uma espiritualidade, em graus que estão não só na cova ainda a ser aberta e fechada, como assim em lugares outros, ignotos, representados em e por livros, como porta-vozes de mensagem a mais espiritualizada possível, não por vontade e dirigismo de quem escreve, mas da luz que se extrai e faz crescente a espiritualidade entre Eus religados!

Quem ora e aqui escreve não tem como saber por onde andam tantos dos seus livros. Só sabe que eles existem, pois foram cuidadosamente produzidos, se bem que em apresentação gráfica modesta. Neles está a força do mim de energias esgotáveis, como realidades físicas. Mas esse quem um dia falta e, na cova, o Eu, que é infinito e eterno, não se limita, pois canaliza a espiritualidade consentida nunca pelo mim desse quem; quem pobre de carne, porém rico da graça de obter e ver crescer a espiritualidade que reside no que escreveu e, agora, escrevem tantos nos próprios corações, à espera de que o divino, por seu intermédio, por intermédio do divino, frise-se, veja crescida a espiritualidade nos Eus.

Por isso, não temo, como autor, a ineficácia que críticos nunca crísticos se demoram em análises de toda a ordem de acadêmicos ciosos de um sistema que só o deles é que pode e deve prosperar. Insensatos! Se não o sei, não o sabe a carne deles, também, o que podem e devem estar operando, em espírito, de espírito, por espírito, os escritos que hei lançado em corrente capaz de atingir sensíveis corações, no projeto de fazer por quem nunca desconfia do agente gerenciador de eficaz benefício que se lhe destinou. Eis o mal único de que tudo pode resultar – assim é.

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