COITADOS HERODES, COITADOS PILATOS, COITADOS ANÁS, COITADOS CAIFAZ

COITADOS HERODES, COITADOS PILATOS, 

COITADOS ANÁS, COITADOS CAIFAZ

(Para iniciados e iniciandos, letras mortas para profanos)

       No curso do tempo, em todo o tempo desse curso, o homem, estado de vida em caverna, ou mesmo antes disto, planta-se sob possessão de conhecer instintivo, este que subjaz no ímpeto natural de própria subsistência. É claro que, ainda hoje, acaso se pudesse reduzi-lo ao estado puramente animal, ausente qualquer traço cultural, ele, mesmo assim, restaria reduzido a compulsões decorrentes da fome, da sede, e sairia em busca do recurso alimentar necessário à sua condição de vivo. Com a sua natural evolução (social, política, econômica, financeira etc.), entretanto, conseguiu alcançar, pela via intelectiva de conhecimento, o somatório cultural de todos os tempos. Já a via intuitiva de conhecimento dos “ditos indizíveis” da integração entre D- e os Eus, esta, em jamais perceptível e tangível condição, se assenta longe de conheceres instintivos e sobremodo dos intelectivos, a exemplo deste que ora aqui se desenvolve neste texto e contexto. Por certo, todos os textos e contextos, sem exceção, sempre e inapelavelmente, se flagram em presunções. Sim, todo o conjunto das regras e das condutas de dominantes e de dominados do conhecer intelectivo finca-se nas sociedades em geral, de todos os tempos; sociedades de homens e de mulheres pretensiosos quais herodes e pilatos, assim figurando tais personagens não apenas como limitados ao tempo histórico de suas existências, nas esferas civil e militar, com armas para este (o militar), em tempos ditos de guerra, e, em tempos ditos de paz, para aquele (o civil), com o expediente a contragosto e bem salgado do imposto; sociedades de homens e de mulheres pretensiosos quais anás e caifaz, igualmente assim figurando tais personagens não apenas como limitados ao tempo histórico de suas existências, na esfera dita religiosa, valendo-lhes as intitulações (são tantas!), das quais se alimentam, invariavelmente. Assim, bifurca-se, em conhecer intelectivo, mas nunca há esse assim no que este mesmo conhecer diz de um outro (conhecer) não-existente – o intuitivo. Neste, reside, por um dizer assim intelectivo que sempre arrasta ao que é, ao que existe, sem, todavia, não e nunca ser, reside – vínhamos teclando – esse recado por um conjunto de letrinhas textual que apenas diz de uma vontade prevalecente, vontade de D-. E essa inclinação intelectiva arrasta para o existir em fórmula que, por magno exemplo, se proclama sagrada: “Não seja feita a minha, mas a tua vontade, Pai”, como se o intuitivo pudesse ser devedor e refém de uma frase sumular, de qualquer que seja a ação intelectiva. Esta atividade que fez ultrapassar um estado de obediência fez, igualmente, avultar o animal: o que era de barro, com divino sopro, avultou-se em animal, aquele e não este, não mais só instintivamente, mas também intelectivamente. E o sopro divino, fruto não de singular fazer, em fiat lux, mas fruto do “façamos o homem à nossa imagem e semelhança”, em trindade de Pai, de Filho e de Espírito Santo, mesmo na inevitabilidade de decorrência de um intelectivo criar, ressai imune dele. O ser de barro do homem é alma vivente, sim, fôlego de vida não seu, advindo de D-, como, aliás, tudo o é. E aquele barro é pó e a este retorna. A criação intelectiva constata e, mesmo sem depender de constatação, no barro e no pó, presença constante de sempre do eterno e não-dimensão sem fim de infinito fazem D- como somado de Eus, estes em aparente diversidade plural a compor D- + Eus = D-Eus. Esse Eu não se submete a barro nem muito menos a pó, nem muito menos a ânimo de alma de fôlego; estes, periféricos-dinâmicos-acidentais, o Eu, central-estático-essencial, protegido do fiat lux e do façamos, pois, no mundo do barro e do pó, D- o fez reservado do estado de inocência num edênico paraíso. Ainda assim, após a queda e mesmo com a prisão de satanás pelo Cristo, este mundo repousa sob o Maligno (Jó 1, 7, Romanos, 7, 14-25, I Pedro, 5, 8 e I João, 5, 19, parte final). E o homem, expulso do ambiente divino de proteção, continua, no derredor do jardim primevo, que é o tal mundo, residido do Eu, este submetido, ainda, às más influências de carne. Essas más influências, debalde resultam ações puramente humanas para superá-las. Não há salvação nenhuma por iniciativas humanas. Em vão até se refinam tais ações em belezas de cânticos do Kyrie eleison (D- tende piedade de nós). A piedade de D- jamais será para os expulsos que vivem no derredor do jardim primevo, que é o tal mundo, conquanto sejam residências de Eu, divino Eu. D-, pois, tem a ver com este. Já o mundo, este derredor enorme do primeiro jardim, D- o venceu, por meio do Filho, o 2º daquela já mencionada trindade. Venceu primeiramente, como resultado de uma guerra, no céu (Apocalipse 12,9). Lúcifer, anjo assistente de D-, embriagado com o esplendor de sua beleza, fazia-lhe comércio, ostentando, juntamente com um terço de outros anjos, o seu desejo de querer ser D-Eus (Ezequiel, 28, 17 e 18). D-, por meio do arcanjo Miguel, este que vem a ser o seu Filho, o 2º da trindade, o Cristo, venceu aquela guerra. Mas, mesmo vencedor, sendo D- amor, infinito, eterno amor, ao Lúcifer e a um terço de outros anjos mais, o que se lhes fez? O que se lhes fez? Foram precipitados para a terra, este mundo que constitui o imenso derredor do primeiro jardim, assim já se disse, mas não custa repetir. E repito igualmente as citações da segura fonte: Jó, 1,7, Romanos 7, 14-25, I Pedro, 5, 8, I João, 5, 19, parte final, ufa! De notar que todos esses precipitados constituem o Maligno sobre os quais repousa o mundo todo, todo mesmo. E são, todos eles, entes celestes. Pois D-, amor eterno, amor infinito, como se diz que venceu o mundo, pelo Filho, em verdade, Ele vence o Maligno que jaz sobre o tal mundo. Esse mesmo Maligno, incorrecto com a derrota,  no céu, o amor de D-, ainda assim precipitando-o para a terra, Seu amor explica por que assim o fez. E o Maligno, uma vez na terra, invadiu o jardim, o Éden, onde a proteção de uma inocência gozava de livre arbítrio não em carne; em Eu, sim; pois o-divino-de-proteção-a-divino é que a direcionava; e esse divino não se confunde com barro, nem mesmo com o sopro que lhe deu ânimo de alma. O divino é o Eu, numa pluralidade singular (?), onde Eus integralizam D-Eus, sem nunca perder a essência-central-permanente de Eu. Ah, e anás e caifaz se enganam, se, porventura, se fazem pessoalizar nesse Eu. Coitados! Nessa senda dos “indizíveis ditos”, intervém o Eu sem vontade sua, mas pela livre escolha de D-, cujo Filho já venceu o Mal, no sentido de prendê-lo, e a vontade de D-, por Ele Filho, o Eu em mim de carne e o Eu em ti de carne, leitor/ouvinte, só e exclusivamente de D-, pelos “ditos indiziveis” da intuição intuitiva de Seu querer, permite a esses Eus e ao de outros tantos em diversas carnes resididos se integrarem em D-Eus!!! Demoram-se, pois, em enganos os anás e os caifaz e, queiram ou não, nem o contexto deste presente texto tão inflado de atividade intelectiva há de servir a D-, na e para a escolha do Seu encontro com um Eu, na carne de quem quer que seja dele Eu residido. E os herodes e os pilatos?, estes se deixam cegar, nos tempos de guerra com as armas que matam; e, nos ditos tempos de paz, com o salgado e o a contragosto imposto…

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       Então, você que leu este texto, diga-se, assim como o autor disse um dito que você agora já pode não se aceitar orando, convencido ou convencida de que é o alvo da piedade de Deus. Que bom! Enfim despersonalizado ou despersonalizada em termos de uma religação, porque sua oração reflete a sua vontade que de nada vale para Deus. Só a vontade Dele prevalece e vale. Logo, no lugar de anás ou caifaz, meus olhos e minha boca e meus ouvidos se fecham para nada olhar nem dizer nem ouvir. Só o silêncio da vontade divina, por graça e nunca por mérito, mesmo que não ore ou muito ore, mesmo que viva uma vida irreligiosa, os “ditos indizíveis” do Deus conhecido, pela via meditativa, intuitiva, os faz ditos sem necessidade de serem ditos, sem que nem para tanto a realidade de carne tenha participação. A irrealidade de um não (não seja feita a minha) relativamente ao homem como vontade em vontade prevalecente (mas a tua) termina divina e dela o homem não goza e sim o Eu nele residido. Já de herodes e de pilatos, neste plano de mundo, nos salve o intereese social sobreposto ao que os nomes dos tais personagens representam…, bem usufruídos os prometidos evangélicos acréscimos (Mateus, 6, 33, parte final) ao Reino (Mateus, 6, 33, primeira parte), Reino que importa a Eus com D- de D-Eus! Assim, com fé e sem presunções pessoais, possam, avessos a herodes e a pilatos e a anás e a caifaz, encarnar bons samaritanos (Lucas, Capítulo 10, versículos 30 a 37); possam encarnar os que se dispõem a encher, por suas mãos, talhas que podem conter água que se transforma em vinho (João, Capítulo 2, versículos 1 a 12, especialmente o versículo 7); possam encarnar os que se assumem com coragem para tirarem a pedra que tranca sepulturas e verem ressurrecta a carne de um morto (João, Capítulo 11, 39 a 44, especialmente os versículos 39 e 41); possam encarnar os que se aceitam sucumbidos, pela própria força bruta aparentemente suicida, destruindo edificação inimiga e, com ela, os que nela se encontravam em diversões e zombarias (Juízes, Capítulo 13 e seguintes); possam encarnar os que aceitam a ordem e lançam suas redes de pesca à direita do barco (João, Capítulo 21, versículos 1 a 6); possam encarnar os que, de fugitivos, aceitam-se obedientes para falarem de Deus (Jonas, Capítulos 1, 2 e 3); possam encarnar os que não se deixam recriminar por um “vade retro, satanás”(Marcos, Capítulo 8, versículos 27 a 33); possam encarnar os que não precisam ver para crer (João, Capítulo 20, versículos 26 a 29); possam encarnar os que adocicam, por meio de salmos, o coração devorado por violências e guerras (Salmos, de 1 a 150, apesar de 1 Samuel, Capítulo 18, versículos 25 a 27, apesar de 2Samuel, Capítulo 11, versículos 1 a 27 e muitos outros episódios violentos); possam encarnar os que se reconhecem com pecado e, por isso, nunca atiram nem a primeira, quanto mais tantas outras pedras (João, Capítulo 8, versículos 2 a 11, especialmente o versículo 7); possam encarnar os que aceitam, mesmo após duvidar, por vezes, banharem-se em água prometida como de cura (2Reis, Capítulo 5, versículos 1 a 14); possam encarnar os que são batizados, em água, de religiosos processos e que fazem diminuídas as tensões de maldades por respeito aos benéficos efeitos de chacras, em sua dimensão corpórea e psíquica (1Pedro, Capítulo 3, versículo 21); possam encarnar os que tentam levar de vencida o ego e esperam superar tentações (Mateus, Capítulo 4, versículos 1 a 11); possam encarnar os que tentam conduzir-se por sendas bem-aventuradas (Mateus, Capítulo 5, versículos 1 a 48); possam encarnar os que se comportam como ovelhas que aceitam pastores de lobos por eles pastores presos (João, Capítulo 10, versículos 1 a 15); possam encarnar os que não se fazem pródigos, porque tentam uma vida de respeito aos estágios naturais dela (Lucas, Capítulo 15, versículos 11 a 32); possam encarnar os que, ao darem uma esmola, tentam não permitirem anunciar, por trombetas, a satisfação do seu ego (Mateus, Capítulo 6, versículo 2); possam encarnar os que aceitam não serem dignos de entrarem e cearem com Jesus (Apocalipse, Capítulo 3, versículo 20); possam encarnar os que consideram relevantes as ações (como está em Mateus, Capítulo 25, versículo 35) em favor de quem tem fome (de todo tipo de fome), de quem tem sede (de todo o tipo de sede), de quem está nu (de todo o tipo de nudez), de quem está preso (de todo o tipo de prisão), de quem está doente (de todo o tipo de doença), todos esses, que são exemplos religiosos de exortação ou de consolação ou de edificação, como assim classificados em 1ª Corintos, Capítulo 14, versículo 3, dos que profetizam para profetizados, ou mesmo dos que, santos alcançados por ditos divinos indizíveis, se quedam em mistérios de falas de línguas, referidas no dito Capítulo de 1ª Corintos (existem outros tantos, tantos, tantos e tantos mais do que aqueles exemplos de encarnados!), da parte de quem, por certo, se credita (cuidado, todo o cuidado é pouco, nesta humana senda, para não engrossar a onda de tantos iludidos, herodes e pilatos, dominantes e dominados, como nações, e anás e caifaz, dominantes e dominados, como instituições que se dizem santas, reféns da profecia de Abdias ou Obadias, em seu Capítulo único), da parte de quem, por certo, se credita – vínhamos dizendo – na vontade de Deus, para que Aquele que já venceu e prendeu o Mal (o Cristo-assumido-em-Jesus ou o Jesus-tornado-Cristo) possa assumir a luta contra o tal Mal e mais uma vez e sempre vencê-lo, prendendo-o, por exemplo, para o Eu em meu mim (mim agora tornado incorrupto, como por uma sucção da vontade prevalecida – minha – pela vontade prevalecente – de Deus) e para o Eu em teu ti (ti agora tornado incorrupto, como igualmente por uma sucção da vontade prevalecida – tua – pela vontade prevalecente – de Deus), caro atento leitor, caríssima atenta leitora, sendo que, agora, o cenário onde ambos culminarão o uso de suas respectivas armas é o mesmo jardim em que Ele o prendera para o céu (o jardim de Getsêmani), com o Mal dispondo de arma que, no máximo, somente pode ferir até os calcanhares e o Cristo dispondo de arma que fere a cabeça. Deus, então, Ele e o Unigênito Filho, por vontade de ambos, produzindo o nascer de novo, ou seja, o despertar do espírito, no Eu divino em mim e no Eu divino em ti, leitor, leitora – na eternidade (do sempre) e no infinito (do sem limites)!

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