…DE UM PROJETO E DE UMA SUBIDA

…DE UM PROJETO E DE UMA SUBIDA

(Para iniciados e iniciandos, letras mortas para profanos)

Esforços vãos e esforços nos vãos, qual destes se me afigura certo, em cada caderno, às minhas expensas providenciado, sem contar o trabalho em si de escrever, concatenar ideias e, no final, ter o texto que expresse algo? Nada dessas situações; nem a do que seja vão nem a do que seja nos vãos. Pois o que se materializa como matéria se perpetua, na forma que aprontei, porém mãos outras podem lhe dar forma ou formas com fôrmas outras; tudo lhe pode acontecer como vãos ou nos vãos em que se possa transformar. Eu mesmo não sei por onde andam os meus “produtos”. Só sei que eles existem e, em algum lugar, cada um deles deve estar; cobertos de poeira, esquecidos, numa prateleira qualquer. Ou mesmo já sentenciados a alguma lata de lixo. Nesta, contudo, ainda pode ser salvo, quem sabe?; até pelas mãos de um gari ou de um catador de lixo, podem lhe ser lançados olhos em espirito, de espirito, por espirito. E, então, a vocação para o que se lhe destinou e ele mesmo em si, com sua singular autonomia, que vivem a berrar a ouvidos de espirito, em espirito, por espirito, possam facilitar esses salvadores encontros. A propósito, terrível, destarte, eles me fazem parecer a alguns, que ficam a dizer, eu bem o sei que assim o dizem: “é astúcia, puríssima astúcia”. E é, pois, mal comparando, é como diz a palavra no tirar proveito até de injustiças: “Granjeai amigos com a riqueza das injustiças” (vide Lucas, Capítulo 19, versículo 6). No meu caso, como no da palavra santa, não tiro proveito de nada, para mim, para este mim de minha carne essencial do viver como sendo este a única possibilidade de estar no mundo; e o cenário, para isso, não abriga um mínimo sequer de injustiça. Simplesmente preferi não me ajustar a um sistema, que não é de hoje, e que, desde quando se passou a ter a produção em série de um livro, com a invenção de Guttemberg, o tal do contrato de edição começou a encontrar lugar na prática de negar o ócio dos negócios dos homens, todos os dias. Alguém, que autor não é, encontrou, no capital de quem tem prensas, as pressas naturais de avolumar-se propriamente ele e a obra como reboque seu. Nada então resulta atrelado a um sentido finalístico da própria obra, no que resulte a eficácia do que se esteja querendo dizer enfim. Daí que as prateleiras andam cheias; nas casas, nas bibliotecas, nas livrarias, estão lá; são essenciais, para o sistema, que lá estejam, pois este precisa se manter como sistema. Diferente disso, porém, sem proveito pessoal nenhum, apenas o intuito da eficácia da palavra, no “já feito” crístico, vejo-me não como o perpetuado, mas perpetuada a palavra eficaz, a palavra de resultado; resultado valioso para os que têm fome (de todo o tipo de fome), resultado valioso para os que têm sede (de todo o tipo de sede), resultado valioso para os que estão doentes (de todo o tipo de doença), resultado valioso para os que estão nus (de todo o tipo de nudez), resultado valioso para os que estão presos (de todo o tipo de prisão). De uma forma ou de outra, a fôrma vai se ajustando ao essencial crístico; se não penetra a sua essência, vai permitindo que os necessitados de toda a ordem possam contar ainda que seja com a migalha de um ato de doar da parte de quem suas mãos foram ponto de passagem de um livro de minha produção literal benfazeja em profunda raiz. Começando pela vítrea e, portanto, translúcida, sem olvidar a condição presente e constante, a partir de um site (www.dorielvelosogouveia.com.br), faço, de cada impresso obtido a partir de arquivo constante do tal endereço eletrônico, o elemento de propulsão desejada, sem ser nunca vão nem muito menos em vão; pode ser que se o tornem assim por malditas e contrárias vontades, mesmo que fadadas a não prosperarem no final das contas; o mal é contrário ao bem, mas o bem é o bem, sem admitir contrário algum. Logo, tranquilizo-me quanto a não serem vãos nem ocupantes de vãos espaços esses modestos escritos meus. Deles, eu só sei que existem, que têm um endereço eletrônico certo, sendo bastante que se o digite corretamente (www.dorielvelosogouveia.com.br), mas o material, o impresso, submeto-o a um novel e exclusivo sistema de distribuição, atrelado ao poder saber de sua essência, ou não, contudo, no desapego impulsionador do desejo de repassá-lo a outrem, e a outrem, e a outrem, e a outrem. Pois exatamente isso me dá a incerteza sobre em quais mãos estão retidos e mirados por olhos de carne, e no afã de que a vontade do divino penetre e produza o efeito divino do conhecer sem ilusões da ordem do peso de um mundo de ciladas e de incertezas que, como pessoas, o representamos.

FOGO DE MONTURO X FOGO DE OURIVES

FOGO DE MONTURO X FOGO DE OURIVES

(Para iniciados e iniciandos, letras mortas para profanos)

Em termos de fogo de monturo x fogo de ourives – está-se diante do que queima, evidentemente. O fogo, tanto num caso, como no outro, é o mesmo. É aquilo que queima, que extingue, que devora. Contudo, há como se tirar proveito desse fogo, desde que sabendo não propriamente manipulá-lo, mas tendo em vista o algo que, com ele, se trabalha. Se ele é do tipo que se ateia com a ideia somente de destinar a destruir, num caso e no outro, ele não perde essa sua vocação. Ele sempre queima, extingue, devora. Senão não seria fogo. É que ele é algo com que não se brinca. Com ele, sim, simplesmente se deve trabalhar, se pôr a executar algo com o peso do suor do rosto; e, nesta condição, inapelavelmente. E, aqui, entra a distinção entre fogo trabalhado e fogo trabalhoso. Este, de controlado, de início, torna-se, depois, incontrolável. É como o fogo de monturo. E este é uma situação em que se pega de surpresa. É como falsidade de uma pessoa. É o que queima por baixo, sem que se perceba. Silencioso e sorrateiro. Torna-se, pois, trabalhoso; para quem o ateia e para quem termina por ele ateado. Mas, o fogo de ourives é o fogo trabalhado. É aquele do qual se opera um bom resultado. É o fogo empregado na medida certa. Nem para mais nem para menos. Purificar com o fogo. É assim o fogo de ourives, que tem essa exata destinação. É bíblico (Malaquias, Capítulo 3, versículo 3). Quando se fala em sacerdócio, esse fogo, simbolicamente, serve para retirar impurezas; este é o sentido, no ofício divino, comparativamente. Veja-se o ourives purificando ouro ou prata. Ele se utiliza do fogo, mas um fogo que não pode nem deve ser de mais nem de menos. Ele atinge a exatidão, quando o ourives vê refletida,  no ouro ou na prata, a sua imagem, a própria imagem do próprio ourives; é este o ponto. A prata e o ouro estão puros, puríssimos; comparativamente, o sacerdócio é afinado com o Senhor, é puro, puríssimo. Não é nunca sacerdócio de interesses. Também não é sacerdócio com sacerdote de um pai e de uma mãe. Ele, assim purificado, não tem genealogia, tal qual é o sacerdote Melquisedec (Gênesis, Capítulo 14, versículo 18 e, Hebreus, Capítulo 7, versículos 1-3). Abraão, como um verdadeiro ourives, trabalhou esse fogo de purificação, eis que não se absteve, e deu o dízimo a esse verdadeiro sacerdote. Tudo isso, bem se ressalte, não sendo Abraão aquela figura, de carne e osso, antes, sim, figura e estampa de Abrão. Porque, em promessa, transfigurou-se-lhe, em espírito, de espírito, por espírito, de sorte a poder, mediante uma promessa, ter uma descendência tão numerosa quanto as estrelas do céu. Mas não foi Abrão quem teve essas numerosas estrelas, conquanto o texto divino conduza, em primeiro plano, a isso, com os seres de um casal; já tão velho ele, e ela, já passada do tempo de ser mãe. A mãe, aqui, em espírito, de espírito, por espírito, de uma infinidade de Eus integrados àquele que tudo pode, o Senhor. Então, quantos dorieis, no hoje deste escrito, confundem-se com o alongado ão sonoro de Abra…ão, a significar que a promessa fez de passageiros que pudessem ter sido o constante do eterno e o sem limite do infinito no conjugado agir divino, que sempre prospera e de vontade exclusiva, sua, impera e impera e impera. Deus trabalhando a liberdade, mediante um filho de promessa, sendo este, como aquele Abraão, necessariamente, todo aquele, em espírito, de espírito, por espírito, que sai de sua terra e de sua parentela (Gênesis, Capítulo 12, versículo 1 e, Lucas, Capítulo 14, versículo 26). Transpassa o autor de tão modestas linhas literárias e, de doriel, como de Abrão de carne, cuida-se de se prevenir contra presunções de atributos divinos como seus, e, já não mais em sentido de ter que religar, exibe o Abraão de sempre, em sacerdócio de verdade, nunca como fogo de monturo, jamais, e, sim, como um fogo de ourives. Permite-se, destarte, com um nome pessoal, o seu, mas sem bandeiras de que valham como dons seus, fazer de escritos inspirados, num projeto chamado de SUBINDO O MONTE e consoante uma forma de divulgação especial, o fogo de ourives que vai servindo a mostrar o rosto alegre e feliz de quantos, em espírito, de espírito, por espírito, podem ter o espírito visualizado pelo divino. Simples, assim, nesse projeto de dorieis transformados como os tantos elos de uma corrente de sacerdotes crísticos, a nunca e não admitirem-se, mas a se advertirem de uma genealogia que não têm nem podem ter realmente… jamais!

RISOS DE EGOS X RISOS DE EUS

RISOS DE EGOS X RISOS DE EUS

(Para iniciados e iniciandos, letras mortas para profanos)

Preciso rir, como pensam haver rido Sara? (Gênesis, Capítulo 18, versículo 12) Não, o riso, sem necessidade de músculos em atividade, seriam muitos (músculos), segundo a miologia, acho que a Sara propriamente não teria ativado nenhuns dos dela, para explicar o que seria esse fenômeno da gelotologia. O riso, tanto o dela quanto o meu, são risos que se não dimensionam como sendo dela nem como sendo meu. Pois Sara, privilegiada da vontade do divino, não riu com riso estampado na sua face. Aliás, o riso dela e o meu, que – já o disse – não se conciliam com nenhum meu e nem com nenhum dela, não encontram contorno facial nenhum, senão a indimensão do eterno e do infinito. É que a Sara e o eu, melhor será dizer o mim, que ora escreve, em termos da risada aqui em destaque, somos risos do divino e, por isso, não nos submetemos a uma face, nem a um conjunto de músculos tão essencial a quem, como nomeada mulher, há de se apresentar no estado alegre de uma alegria de uma beleza sorridente. Desse sorriso, fácil me é intuir que a jovem virgem, Maria, se desmancha em sorriso também o mais centralizador de eterno, de infinito, assim no “faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lucas, Capítulo 1, versículo 38). Sem olvidar que o próprio Abrão, já então Abraão, também riu (Gênesis, Capítulo 17, versículo 17). E ele e ela são resididos do Eu, o Eu no meu mim de carne, e o ele e o ela, sem serem os de carne propriamente, riem, riem, riem, continuam rindo, sem necessidade, aqui, de um ontem, de um hoje, nem de um amanhã, nem mesmo da necessidade de um adverbial aqui. Cuida-se de risadas sem risos faciais, mas perenes, eternos, infinitos, risos essenciais que riem dos acidentais ele e ela e do mim de mim de uma carne. O ele e o ela também de carne, contudo, propiciando que um residente permaneça permanecido sem mentiras de uma epifania, importante para ele e ela e para o meu mim, coitados, pois são alvos constantes das risadas, risadas sem estado de menoscabo, mas tão propriamente como o inevitável de um efeito em espírito, de espírito, por espírito, sempre pronto, desmanchando o acidental do ser de cada um, provado, enfim, que eterno é eterno (sem fim), infinito é infinito (sem limite), centrais, estáticos, essenciais. Os olhos de espírito em mim resididos riem, portanto, dos acidentais, dinâmicos, periféricos, ela e ele, de Sara e de Abraão, como assim do pobre mim que se acostumou como propriedade minha do meu ele, portanto. E assim, o infinito, o eterno riem do ele e do ela e do mim, pois a Sara que se pensa de ontem é de agora e dos amanhãs finitos, contudo, em força de espírito, em espírito, por espírito do Eu, perenizado no eterno e no infinito que os contêm e os devoram no estado do sem fim e do sem limite… A não ser assim, infinitos não poderiam ser, eternos, idem. Dissipem-se, portanto, quaisquer átimos de sentido de um rir de gargalhada, de mofo, de desprezo ou de menosprezo. Pois o eu no meu mim, pela vontade do divino, vontade nunca minha, portanto, é quem ri, riu, rirá, nessa faixa estreita de lapsos temporais, pequenos, limitados ao tamanho do mim, tanto o meu como o do ele e do ela da Sara e do Abraão e da Maria, também! Pois quem ri, sem necessidade de flexões verbais temporais, é o Eu residido nesses ele e ela e mim de mim e de Maria, também, vale a insistência! 

– Leitor caríssimo, leitora caríssima, quais risos sem estampas, assumam-se-nos em Eus de… D-Eus!