BÊNÇÃO SÓ DE DEUS, ASSIM NO SAGRADO COMO NO PROFANO

BÊNÇÃO SÓ DE DEUS, ASSIM NO SAGRADO COMO NO PROFANO

(Para iniciados e iniciandos, letras mortas para profanos)

Abençoar, como uma iniciativa humana, em sede de profanidade, e também como uma iniciativa humana, em sede de sagrado, tudo por meio de uma voz autorizada e que se diz e que se tem como legítima, acontece, como fenômeno-social-religioso, daqui e d’alhures, de hoje, de ontem e de sempre, em todas as sociedades, e, desde que assumida com vontade exclusivamente sua, reflete a teimosia do homem, em sua auto-proclamação de uma inevitável representação social-religiosa, seja como um anás, seja como um caifaz, seja como um pedro, que nega, seja como um judas, que trai, seja como um paulo, que tanto personaliza, seja ainda assim como um jesus, tão pleno de humanidade. Ofendi? É certo que sim, não somente aos que, em tais cenários, se exibem como dominados e, muito mais do que a estes, aos que se pretendem inabaláveis enquanto dominantes. Esse pano de fundo é, todo ele, a pressurosa e sempre ciosa gravidez de uma ânsia devoradora, por meio de eus personais, esta a mais grave e a mais perigosa das estratégias demoníacas daquela serpente do conhecer intelectivo que abriu olhos de quem havia ganhado uma inocência paradisíaca… D-, puríssimo amor-central-estático-essencial, em epifania (Gênesis, Capítulo 1, versículo 3), a partir de um fazer de luz (fiat lux), Lhe bastaram simples palavras para que o mundo fosse. Sua inex-istência, com anjos, arcanjos, querubins e serafins, surpreendeu-Se com o comércio que o anjo Lúcifer, seu assistente, fez com a sua beleza e formosura (Ezequiel, Capítulo 28, versículos 17 e 18), gerando, com isso, aquela guerra no céu de que nos fala o livro do Apocalipse, em seu Capítulo 12. O mundo criado, então, a partir do fazer de uma luz (fiat lux), continha, ab início, a condição bendita advinda daquele amor-central-estático-essencial de D-, mas este mesmo conjunto de atributos explica por que e para que Se Lhe serviu (aquele dito conjunto) para demonstrar àquele Lúcifer perdedor da guerra, no céu, que seria como Se negar D- a Si mesmo, acaso aceitasse como despojos daquela guerra uma extinção do ente celestial e angelical Lúcifer; teve mesmo que jogá-lo, precipitá-lo para o mundo então já criado, de sorte tal que todo ele (o mundo) jaz sob o Maligno (vide, precisamente, o versículo 9, do Capítulo 12 do Apocalipse, o versículo 7, do Capítulo 1 do livro de Jó, o versículo 8, do Capítulo 5 da 1ª Epístola de Pedro e o versículo 19, parte final, do Capítulo 5 da 1ª Epístola de João). Então, tudo quanto criado pela palavra, a partir de um fazer de luz (fiat lux), inclusive aquelas bênçãos humanas de que se ocuparam estas linhas, lá no início deste texto e contexto, está sob aquele Maligno. E este Maligno reclama, desde o sempre ex-istido do mundo não precisamente, mas, desde a sua própria precipitação a ele mundo, reclama – vínhamos dizendo – o seu pleno domínio de Mal; um Mal que D-, amor-central-estático-essencial, por conta dos tais atributos, não o exterminaria jamais, mas apenas o prenderia, como o teve por prendido, efetivamente, por meio do Seu Unigênito Filho, o Cristo. E mesmo preso para e por Este Filho, continua solto para os humanos habitantes do derredor do jardim primevo, o Éden, derredor esse que é precisamente o mundo. Esse Mal, como na imagem da lesma referida pelo salmista Davi, in versículo 9, do Salmo 58, tende a se consumir até enfim se consumar, como assim é próprio do referido invertebrado ao se arrastar e se auto-consumir e consumar. Ressalte-se como o amor-central-estático-essencial de D- permanece absoluto em Sua eternidade (do sempre) e de Sua infinidade (do ilimitado), enquanto o periférico-dinâmico-acidental, o mundo, vem permanecendo sob as estratégias do Maligno, se auto-destruindo. O Mal por si se destrói, portanto, e integram as suas estratégias, como fruto destas, por exemplo, as bênçãos que homens e mulheres lançam acerca de tudo e acerca de todos, por meio de eus personais, por centralizarem vontades exclusivamente suas, coitados! Uma montanha de carnes, de músculos, de nervos, de ossos, no passar constante e bem ritmado do tempo, tem construído o que se convencionou ser a sociedade, a sociedade de homens e de mulheres, em meio a outras tantas sociedades de animais e também “sociedades” de vegetais, e também “sociedades” de  minerais, formando o todo de um conjunto que foi dado por D- como maldito (Gênesis, Capítulo 3, versículo 17), após a queda da mulher e do homem e subsequente expulsão deles do paradisíaco jardim primevo. Mas teriam sido carnes e nervos e músculos e ossos dos habitantes do jardim primevo os alvos de D-, expulsando-os daquele jardim de delícias avesso plenamente à faculdade de conhecimento? Não, pois com o tal conhecimento, eles e todos os demais homens e mulheres expulsos dali e habitantes do enorme derredor daquele jardim, que é o mundo, vêm permanecendo plenamente mergulhados, no curso e no decorrer do tempo e das épocas, formando uma história onde o academicismo tanto os anestesia por meio de suas humanas e coitadas vontades. Então, é propício o momento deste escrito para dizer e revelar agora que D-, como por fragmento Seu, naquele jardim, havia-o (o jardim) assim reservado como um recanto de delícia protetora daquele fragmento. Esse fragmento divino é o Eu que faz de D-… D-EUS! Era preciso, pois, que o Eu recebesse, do divino, esse carinho e esse cuidado especiais. Mesmo assim, Lúcifer, agora como Satanás, segundo a maldita estratégia de eu personal, conseguiu retirar a inocência dos primeiros pais, agindo como falante-serpente, e terminou por lhes abrir os olhos. Então, aquelas bênçãos de que se falou inicialmente, abrangendo sagrado e profano, reclamam uma devida explicação para bem melhor serem elas entendidas. Quero me reportar não à bênção do sagrado, tão curial. Mas à bênção do profano, como a advinda, recentemente, por meio uma voz que se proclama tão autorizada; ela teve coragem de, mesmo pretensiosamente andando pelos caminhos de D-Eus, embora homem, sem enganos a Eus, como o Eu que reside no meu pobre mim e como o Eu residente no pobre si do leitor, igualmente, porque a vontade de Deus, prevalecente, e por uma questão de fundo original, fez o homem macho e fêmea, como assim mulher fêmea e macho (Gênesis, Capítulo 1, versículo 27, parte final). Não há ser humano desprovido de sua porção macho e fêmea. Então, face a esse fundo de verdade, Deus abençoa não somente o sagrado, mas também o profano, sendo necessário ressaltar que, nos encontros, não somente homem e mulher formem “uma só carne”; “uma só carne”, em respeito à verdade e ao fundo de origem, pode ocorrer, também, nos encontros de mulher com mulher e nos de homem com homem. O sagrado é a “uma só carne” no encontro de homem com mulher; já o encontro entre homem com homem e mulher com mulher não o são (sagrados), mas sim profanos, o que não significa serem impossibilitados da bênção de Deus, por Este, na origem, ter-nos feitos homem macho e fêmea e mulher fêmea e macho. Esta é uma conformação que deriva de uma lei cerimonial, diferente da união, nos encontros, com homem e mulher, que se rege por lei de pedra (versículos 1 a 17, do Capítulo 20, do livro de Êxodo), imodificável. A lei cerimonial (versículos 24, 25 e 26 do Capítulo 31 do livro Deuteronômio), por seu turno, se deixa reger pelos usos e pelos costumes, que tanto variam no curso dos tempos e encontra, nas lições do Cristo em Jesus de Nazaré, a possibilidade de um acolhimento de bênçãos para situações profanas, pelo homem, como a que ganha relevo nestas linhas, sem olvidar que o próprio Deus, por uma questão de origem já as tem como abençoadas. Quero arrematar este escrito pondo-me bem ao largo de ocupações ou pre-ocupações com radicais posições de prelados, que até mesmo acusam de blasfêmia a posição da voz autorizada em abençoar o que tem havido de uniões profanas. Tolices. Se somos, todos, submetidos ao Mal, segundo prova o dizer de Paulo, in Romanos, Capítulo 7, versículos 14-25 (leia-se, releia-se), a voz autorizada e a dos seus críticos morrem de tantas ilusões deste mundo só do Mal, olvidando que a importância verdadeira advém das bênçãos de Deus (D- + Eus), seja no sagrado, seja no profano.

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