AVALIAÇÃO QUE, AINDA ASSIM, NÃO COISIFICA DEUS
(Para iniciados e iniciandos, letras mortas para profanos)
Avalio, sem que me perguntem, e sem compromisso com ninguém, a começar por mim mesmo, pouco me importando que a avaliação valha, ou não, alguma coisa, também porque de coisa convém distanciar-nos, como se isso, o distanciamento, fosse possível. Porque de coisificar, tanto do tempo se gasta, inutilmente. Ah se fosse possível não-coisificar. A coisa nos faz ser. Aliás, encarnar é isto mesmo: coisificar-nos. Trata-se do periférico-dinâmico-acidental que é “essencial” para que a finitude do ser possa não ele, coitado, mas o Eu nele residente haver-se no amor-central-estático-essencial de D-, único poderoso responsável pelo ser, mediante e a partir de um fazer a luz (fiat lux), palavra e palavra… palavras. Esse periférico-dinâmico-encarnado alcança o central-estático-essencial = D-? Não! Pois, o que é alcançar em termos de possibilidade de um entendimento assim limitado, passageiro, ante o que nem é e que nem se importa com ante? Já de louco vai-se notando, mas é notar igualmente limitado, com risos de faces com músculos e nervos que se contraem e que se distendem, bem consoante, portanto, padrões como os de um rosto tomado de suores em pingos de sofrimentos… O Eu não é e rostos assim lhe são tão estranhos! E isso é detalhe que tão bem comunga e que tão bem se afeiçoa com o tal dinâmico. O Eu ri-se de si mesmo, enquanto limitado de um ser de seu conhecimento tão pobre. Esse rir do Eu é tanto o de Abraão (Capítulo 17, versículo 17, de Gênesis), como o riso de Sara (Gênesis, Capítulo 18, versículo 12) e também como o riso de Maria, no “faça-se em mim” de Lucas (Capítulo 1, versículo 38). Pois o riso ressurrecto dos Eus aponta o céu de incontáveis estrelas assim prometidas, mesmo assim apenas em linguagem comparativa, pois estrelas, em si mesmas incontáveis e insondáveis, constituem limites que os Eus não os têm, por Eles não serem. Afaga-Lhes o Não-ser, que OS afasta inclusive de mobilismo inex-istente da própria inex-istência Deles. Isto o diz aqui e agora este pobre texto e o seu contexto acerca dos Eus, estes sem saberes e sem consciências, já que estas e aqueles firmam-se apenas no ser de uma dinamicidade-periférica-acidental, mas, em puríssima e em divina verdade, na inconsciência, os Eus se negam e se não fazem nunca, pois eternos (do sempre) e infinitos (do ilimitado) permanecem como centrais-estáticos-essenciais, ainda que o tal permanecer pertença a esta realidade de carne periférica-dinâmica-acidental. Que difícil, hein? Os Eus, desde sempre protegidos, pois, do fazer a luz (fiat lux), já não por vontade una, mas pela trina vontade do “façamos-o-homem-de-um-pó-com-sopro-divino-de-vida”, puseram-se a deliciar-se do primevo jardim, não Eles, propriamente, mas as carnes onde resididos Eles, carnes essas que tiveram a proteção daquele paradisíaco cenário avesso, inclusive, ao conhecimento, porque habitáculo de inocências. Eles, muito diferentes do mundo e diferentes do próprio paraíso como parte desse mundo do fazer a luz, assim iniciado e sequencialmente desenvolvido, conquanto metidos numa inglória, não perderam a glória de D-, tanto que os Eus, nos primeiros pais privilegiados do tal jardim e todos os demais Eus habitantes, no curso dos tempos, no derredor daquele jardim que ainda abriga a árvore da vida, explicam a manifestação, a chamada epifania que resulta em… D-Eus!!! Ou seja, se D-, sem epifania em uni, singular, tem, no verso, plural, a manifestação, de modo que uni-verso encontra no verso o colo paradisíaco de D- para guardar os Eus, daí é que se tem o D-Eus conosco, como O hão chamado de Emanuel, não que o abrigo propriamente Dele se confunda com Eu nem Eus. O abrigo, de início bendito, como lamentável e misteriosamente aconteceu, tornou-se maldito após a desobediência. O mistério do mal nasceu no coração de um ente do céu, o anjo Lúcifer, ente que perdeu a guerra no mesmo céu e foi precipitado para o mundo. Como co-existir, então, o bem com o mal? Não, não e não! Cegos condutores de cegos vêem isso; conscientemente; perigosamente. Os Eus tão eternos e infinitos quanto D-, apenas, assim como Lúcifer, influenciam-se do mundo, com a enorme diferença de que Aqueles têm, em seu favor, o Cristo, munido Este com arma que fere cabeça do Mal; Mal, agora, não mais Lúcifer, mas diabo, demônio, satanás, enquanto Lúcifer, coitado, de arma, só conta mesmo com uma que não pode ferir além de calcanhares. E ele já se encontra preso pelo Cristo à espera do transcurso de um milênio em relação à carne mais precisamente, portanto, para o periférico-dinâmico-acidental, enfim, em armagedon, tornar-se o mesmo centro-estático-essencial de D-, na companhia dos Eus salvos que divina vontade assim quer, na perfeição Dele, ou seja, de D- + Eus, Aquele e Estes constituídos definitivamente em DEUS, nesta avaliação que, ainda assim, não O coisifica!