ADÃO DO CÉU NO ADÃO DE NÓS
Dizer que somos todos ladrões de Deus, por Adão haver-se acrescentado as letras L e R – eis o sentido figurado do já figurado conjunto de árvores frutíferas com que Deus proveu o paraíso edênico onde colocara Sua criação excelente – o homem – o qual, por isso, ficou com a dívida de um dízimo a pagar, no sentido de devolver a Deus o que fora furtado, pois o fruto proibido se tornara furto, fruto como criação de Deus e furto como “arte” de satanás. Assim, a Adão lhe teriam bastado as duas mencionadas letras (L e R) para ladrão, enquanto que para fruto e furto apenas a troca de letra assina a sorte de quem com infidelidade subtrai mediante artifício de troca de posição da letra r e da letra u, isto como sendo próprio ao enganador, satanás. Dizer assim – começávamos dizendo – mostra Deus como o exigente cobrador do dízimo, mas se olvida o Deus da misericórdia, que se sacrifica e dá salvação pelo filho, de graça. Então, olvidar dívida é demonstrar e reconhecer o Adão do céu vencedor do mundo no lugar do Adão que, ladrão, continua, expulso, vivendo no imenso derredor do jardim primevo, que é este mundo. Ah, o Adão do céu, vai, de graça, nos salvando de furto de fruto do Eu-divino que reside no ladrão Adão de todos os tempos!