A UM RELIGIOSO ENFEZADAMENTE SUAVE
(Para iniciados e iniciandos, letras mortas para profanos)
Na hora, no exato momento do desate, é o passo a passo de uma volta, de um desfazer-se que não é meu nem é teu, de vontade. O enfezado de sempre, desde uma concepção, inicia o regresso natural de desenfezar-se, a partir de um corte de oxigenação sanguínea. É o molambo do ser agora desnutrido de sentidos. É qual um pedaço de madeira, pouco a pouco apodrecendo, até virar pó. Por isso, anele-se uma passagem tal, enquanto suavizado o processo enfezante de nutrição, pois parece horrível e de maior padecer o início do desate quando o corpo se faz pensar pelas tripas, enfezadamente. Pois isto tudo é o natural de uma natureza a que se não pode desligar o ser. É o ser terra de um barro de que se fez, próprio de vivos da vida, desenfezando-se. E a espetacularização de vivos que prosseguem enfezados e se enfezando em nada altera o regresso de qualquer que seja o que vai cessando de enfezar-se até o pó de onde todos provimos. Por isso, espetáculos à parte, o Eu com Deus prossegue infinito, eterno, eterno, infinito, sem enfezadas poeiras existenciais…